30 de dez. de 2008

Santa Carolina Merlot 2006

Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs, escolhido pelo blog O Tanino. Outros blogs comentando este mesmo vinho podem ser acessados através dos links ao lado, em "eu leio".


Comprei este vinho no Pão de Açucar e paguei R$18,90 por ele. Não achei a safra 2007, que foi a escolhida pela confraria, mas acho até interessante ter comentários de safras diferentes do mesmo vinho.

Estou tomando uma taça dele neste exato momento, então vamos lá: no copo é tinto vivo, cor bordô com reflexos cor de framboesa. Tem formação de lágrimas espessas e lentas. Um vinho bonito.

Bouquet de intensidade média, com predominância frutada, ameixa preta e cereja. Tem um toque adocicado e especiarias picantes aparentes. Certo toque de madeira e álcool um pouco aparente.

Na boca, tem corpo também médio, taninos suaves mas corretos, pouca acidez, fundo amargo e presença de álcool esquentando o pálato. Na safra 2007, outros comentáram sobre a acidez aparente do vinho; não é o caso aqui, mostrando o que eu acredito seja o fraco potencial de guarda do vinho. Tem final curto, um pouco marcado pelo álcool e um toque de madeira lembrando chocolate. Novamente, o aroma de especiaria picante aparece na boca, o que é agradável.

Depois de respirar bem, o álcool cedeu um pouco e o amargo também, mas continuaram incomodando um pouco. No geral, é um vinho simples, agradável mas sem nada de especial. Para esta faixa de preço, acho que não deixa de ser uma boa opção.

É isso aí! Feliz 2009 para todos, meus leitores, amigos e a todos os colegas da confraria! A foto deste post foi especialmente tirada para colocar todo mundo no clima de celebração, e que no ano que vem tenhamos a chance de tomar ótimos vinhos em excelente comanhia, sempre!! ;)

Vale os R$18,90.

O que mais gostei - do bouquet frutado, com toque picante.

28 de dez. de 2008

Arboleda Cabernet Sauvignon 2003


Este vinho eu ganhei de presente do meu grande amigo Paulo. Acertou na mosca! Sei que é comercializado pela Expand, mas não fui pesquisar o preço, afinal de contas, presente é presente.


Abri uma hora antes de tomar, respeitando os longos 5 anos que este jovem senhor passou na garrafa. Ao abrir já deu para perceber o bouquet intenso, de certo modo perfumado e ótima tipicidade.

Visualmente, um vinho escuro, límpido, com algum reflexo cor de lajota, mas no geral ainda muito vivo. Pernas longas, finas e escuras na parede da taça.

Já no copo, depois de respirar, o vinho se apresentou extremamente agradável, com bouquet marcante de Cabernet Sauvignon, fruta madura escura, cereja preta, herbáceo, pimentão verde, talvez até canela, e definitivamente um toque de eucalipto que o diferenciou de muito do que já provei. Sem defeitos, na minha opinião. Pelo contrário, franco, intenso e completo.

Na boca, um vinho estruturado, com taninos muito amplos e agradáveis. Ácidez correta, sem aparecer muito. Álcool correto também. Novamente, aparecem frutas escuras, um toque de madeira com muita elegância e alguma doçura da própria fruta. O final é longo e marcado pelo aroma de eucalipto do bouquet.

Não é um vinho especialmente fresco, mas agrada demais pelo equilíbrio, pela complexidade e elegância, muito superiores à média. Prontissimo para beber. Merce ser degustado com calma, acompanha bem petiscos e queijos um pouco mais fortes.

Foi um presente excelente! Deve valer o quanto custa ;)

O que mais gostei - dos taninos maduros e amplos, do toque de eucalipto, da elegância... gostei de tudo. É certamente o melhor Cabernet já comentado neste blog.

26 de dez. de 2008

Nieto Senetiner Brut Nature

Este mês, os participantes da Confraria Brasileira de Enoblogs combinaram de recomendar um espumante cada um no dia 15. Todos os meu colegas confrades fizeram sua lição de casa, menos eu (é claro).


Antes de falar do meu vinho: não deixem de conferir as dicas do Vinho para Todos, Le Vin au Blog, Diário de Baco e Avaliador, que são alguns dos colegas que fizeram ótimas recomendações.

Vamos lá! O espumante que recomendo para este final de ano é o ótimo argentino Nieto Senetiner Brut Nature. Esta vinícola tem me surpreendido constantemente, com vinhos de ótima qualidade e preços muito atrativos. Paguei R$25,90 por esse.

Trata-se de um espumante branco 100% Pinot Noir. Olhando com cuidado, dá para ver uma leve tonalidade rosada, porém não chega a ser um vinho rosé. É um branco "bronzeado".  Tem formação de bolhas finas e regulares com boa espuma no copo.

Os aromas são muito agradáveis, predominância frutada bem fresca, porém com presença distinta de baunilha, manteiga, talvez até uma erva doce... e tostado no fundo, o que dá uma cortada legal no bouquet. Muito agradável.

Na boca, ótima acidez e corpo estruturado com textura sedosa e frisante bem delicado. Também na boca tem predominância frutada, mas novamente muito bem cortada pelo tostado e aromas mais quentes, que trazem certa cremosidade. É seco na medida correta, um vinho muito elegante e com personalidade.

Vale a pena provar, excelente custo benefício! Vale cada centavo dos R$25,90 (e ainda vem com latinha!).

O que mais gostei - dele na boca, muita personalidade.

7 de dez. de 2008

Norton Malbec DOC 2005

Já tomei este vinho mais de uma vez, mas ainda não tinha comentado aqui. Achei o vinho por R$25,90 desta vez, um preço ótimo. Promoção, talvez por estar envelhecendo.


Trata-se de um Malbec muito legal e feito com bastante cuidado. A denominação DOC, neste caso, indica que todas as uvas vieram da região de Luján de Cuyo, considerada uma das melhores de Mendoza para o cultivo da Malbec.

No copo, tem coloração violeta escura, já ganhando notas mais castanhas e reflexo ainda vivo. Formação abundante de pernas, muito lentas e escuras, indicando viscosidade.

Nariz intenso, com abundância de frutas vermelhas escuras e presença controlada de madeira. Ao contrário de outros Malbecs concentrados como este (como por exemplo o Terrazas de los Andes), neste vinho a madeira aparece "emoldurando" a fruta e não se sobressai demais no conjunto. Presença floral e toque ligeiramente fresco dão boa vida ao bouquet.

Na boca, o sabor da fruta se impõe novamente, trazendo um bom nível de acidez e taninos agradáveis e eveludados.  Álcool muito correto e toque picante de especiarias, bem típico dos Malbecs Argentinos. Final longo e agradável, com um pequeno amargor.

É um vinho que privilegia a uva e tem ótimo corpo, sem recorrer demais à madeira. Além disso, tem excelente acidez, o que não é muito fácil de encontrar nos Malbecs desta faixa de preço. Para mim, isto é relamente reflexo do cuidado com o cultivo e seleção das uvas, mostrando que há critério na elaboração.

Em resumo, este é ,na minha opinião, o melhor Malbec que tem por aí nesta faixa de preço. O mais completo, extremamente agradável e saboroso. Safra 2005 para beber logo!

Certamente vale R$25,90. Eu pago até uns R$34.

O que mais gostei - do equilíbrio entre acidez, madeira e fruta.