6 de dez. de 2009

Château Coucheroy Pessac-Léognan 2002

Nossa, há tanto tempo não posto um comentário aqui que está até parecendo que parei de vez. Na verdade, só parei de escrever nesses últimos mêses, mas não parei de tomar vinho nem por um dia!


Hoje mesmo, estou tomado um Bordeaux delicioso. Um Pessac-Léognan 2002, do Château Coucheroy. É um vinho muito bom, equilibrado, muito elegante e delicado.

Na verdade, Pessac-Léognan é sinônimo de elegância entre os Bordeaux, um vinho muito mais delicado do que seus irmãos do Médoc, região que fica logo ao lado. Essa denominação fica na grande área chamada de Graves de Bordeaux, provavelmente a região vinícola mais aintiga da França.

Graves quer dizer cascalho, e é exatamente assim que se apresenta o solo ali. Ou seja, boa retenção de calor no solo e muito escoamento de água, fazendo com que a pobrezinha da vinha tenha realmente muito trabalho para se alimentar. O resultado é um fruto muito rico, dando um vinho cheio de aromas interessantes, tanino da fruta bem presente e acidez boa.

Esse Pessac é um corte meio a meio de Cabernet Sauvignon e Merlot. Diferente, não? O resultado me agradou demais, estava muito bom servido só, e depois acompanhou de maneira excelente um pizza leve, de mussarela.

Não comprei aqui, não sei quanto custaria no Brasil...

O que mais gostei? Do equilíbrio perfeito, da elegância desse grande vinho!

5 de dez. de 2009

Chutney de Maracujá

Ontem à noite fiz um chutney de maracujá bem rapidinho, bem facinho, que ficou muito bom. Nessa época de festas, quando sempre comemos muitas carnes assadas, pernil, lombo, etc, um chutney cai muito bem.


Fiz um improvisação em cima de uma receita que ví na TV, segue a receita:

. 1 cebola cortada em pétalas
. 1 maça verde descascada cortada em 12 partes
. a polpa de 1 maracujá
. 2 colheres de sopa de açucar
. 1 colher de chá rasa de sal
. 1 colher de chá de cominho
. 1 colher de chá de coentro moído
. 1 colher de chá de gengibre em pó
. 1 colher de chá de curry
. 1/2 chícara de vinagre de maçã

É isso. É só colocar tudo em uma caçarola, quando ferver abaixar o fogo e cozinhar em fogo baixo por uns 20 ou 30 minutos, mexendo de vez em quando.

O chutney fica com uma acidez boa e sabor bem quente e um pouco picante. Assim, pede um vinho de bom corpo, com taninos legais, passagem por madeira, boa estrutura, essas coisas. Penso em Malbec, é claro, mas também nos vinhos do Sudoeste Francês - Cahors, Côtes de Roussillion - talvez um Tannat encorpado, algo assim.

Quando eu provar, comento aqui!

29 de jun. de 2009

Don Melchor Cabernet Sauvignon 2001

Uau, esse é um grande rótulo para o meu blog, não é? Finalmente, tive a chance de provar o vinho que "revolucionou a história do vinho no Chile", o "melhor Cabernet Sauvingon do mundo", a "expressão perfeita da casta"... Enfim, com todos estes superlativos, publicados pela mídia especializada, confesso que fiquei até com receio e um certo preconceito antes de provar. Sabe aquele sentimento de "será que é tudo isso mesmo?".


Pois então: é, é tudo isso mesmo!

Mas vamos lá, começar do princípio. Ganhei este vinho de presente dos amigos da Tribal no final do ano passado, e demorei um pouco para abrir. Mas aí levei a garrafa para tomar na pousada em que passamos o último feriado, em Santo Antonio do Pinhal, em frente à lareira, queijinhos, o cenário perfeito.

O vinho é quase um varietal, com 91% de Cabernet Sauvignon e somente 9% de Cabernet Franc, produzido na região de Puente Alto. É o top do top da Concha y Toro, recebeu 95 pontos da Wine Spectator... Não precisa de mais apresentações.

No copo, apresentou uma cor rubi muito intensa e límpida, perfeitamente bordô, nada violeta. Os reflexos bem alaranjados mostravam um pouco do tempo de garrafa do vinho, tempo este que pelo pedigree do mesmo, ainda podia se estender bastante. Mas, por outro lado, sabe-se que este é um grande vinho que pode ser bebido relativamente jóvem. Assim, fomos sem medo de errar.

No bouquet, o vinho dá um show. Toques frescos de menta, de groselha e muita fruta madura, se misturam com aromas secundários de chocolate, tostado leve, anis e couro. Sim, couro: acho que foi a primeira vez que pude genuinamente dizer que senti um aroma verdadeiro de couro. E muita, muita complexidade, havia muito mais alí para se explorar. Um bouquet convidativo, agradável, equilibrado e alegre, diferente do que eu inicialmente imaginava que seria.

Se no nariz ele dá um show, na boca dá uma aula. Equilibradíssimo, encorpado, aveludado, elegante, tem acidez presente muito agradável, taninos macios, sabores exuberantes e definidos. Não é nada pesado, tem madeira perfeita e ótima adstringência, que dá vida ao vinho. Final longo com leve calor no céu da boca, deixando aparente a fruta e também diversos outros aromas mais complexos que fazem parte do bouquet.

O vinho é pura elegância, super amigável, cheio de camadas e aromas para descobrir... Uma loucura! Eu imaginava um vinho mais pesado, mais sério, e me enganei redondamente. Felizmente!! Fiquei fã, admito.

Quem tiver a chance, vale muito a pena provar. Mas como é um vinho muito caro, não dá pra falar em custo-benefício aqui...

O que mais gostei? Ah, difícil saber. Adorei ter tido a chance de prová-lo.

Minha nota: MIL! Ok, sério: 5/5

3 de mai. de 2009

Kankura Maillén Chardonnay 2007 com risoto de camarões e manjericão

Comprei este vinho no site da Estação do Vinho e abrimos ele hoje para acompanhar o risoto que fiz no almoço. Paguei R$ 23,00 por esta garrafa.


O vinho é um chardonnay agradável, sem muita pretensão. Tem boa acidez, corpo médio e textura aveludada na língua. Tem toque de madeira nada exagerado, e lembra um pouco manteiga. Final curto, porém agradável, sem deixar gosto amargo como alguns chardonnays.

Já para o risoto, fiz uma receita básica "mediterrânea" com camarões, tomate, ervilha torta, pignoli e manjericão. Imaginei que o vinho acompanharia bem o prato e, no final, o resultado foi melhor do que o esperado! O vinho cresceu muito com o risoto, que também se beneficiou bastante com o vinho.

Um segredinho que acrescetei ao risoto foi um Poivre Long, e acho que este sabor acrescentou demais ao prato e deixou a harmonização ainda mais agrádavel. O sabor picante da pimenta foi bem cortado pela textura do chardonnay e a oleosidade do risto casou bem com a acidez do vinho. Enfim, um casamento feliz!

O vinho valeu os R$ 23,00, e trata-se de uma boa pedida para acompanhar refeições.

O que mais gostei - no vinho, do bom equilíbrio entre acidez e corpo. No risoto, o sabor do Poivre Long foi a grande sacada.

Minha nota: 3.5/5 (para o vinho só, harmonizado melhorou muito)

2 de mai. de 2009

Le Vin Quotidien no Twitter

Olá leitores do Blog!


Nesses últimos tempos, tenho me interessado cada vez mais pelo Twitter. É uma ferramenta muito bacana, na minha opinião, pois permite passar informações rápidas, curtas e diretas sobre o assunto que desejamos falar.

Tem muita gente usando para bobagem, mas eu realmente acho que existem usos interessantes e relavantes para a ferramenta. Foi por isso que decidi começar também a postar em nome do Le Vin Quotidien no Twitter.

Minha idéia é colocar comentários curtos, informações instantâneas e mais diretas sobre vinhos, bebidas, comidinhas, essas coisas. Vou manter os comentários mais detalhados sobre degustações aqui para o Blog, esperando assim ter dois canais complementares de comunicação.


Os comentários do Twitter também estão presentes aqui no blog, na barra lateral. E você também pode se inscrever no feed RSS, uma boa opcão para quem me lê via feed.

É isso aí, espero vocês em http://twitter.com/vinquotidien

Abraços!

1 de mai. de 2009

Jacob's Creek Shiraz Cabernet 2007

Ganhei esse vinho do amigo Ale Martins, um excelente presente! Eu sempre via esse vinho nos Free Shops de São Paulo, mas nunca pensei em comprar. Sei lá por que... De todo modo, adorei a oportunidade de prová-lo, até por que esse é o primeiro australiano do meu blog.


Trata-se de um corte de 71% Shiraz com 29% Cabernet, proveniente do Barossa Valley no Sul da Australia. Jacob's Creek é a marca principal da vinícola Orlando Wines, que pertence à Pernod Ricard.

No copo, é um vinho tinto límpido de intensidade média e cor grená muito bonita. Tem pernas transparentes, lentas e longas. Reflexos rosados.

No primeiro contato, depois de ficar alguns instantes no copo e antes de ser agitado, o aroma do álcool apareceu um pouco demais, mas fois só aí. Logo surgiu um aroma picante, de pimenta preta, fruta escura madura, toque vegetal de grama e pimentão, menta, caramelo e madeira. Um bouquet muito interessante, aberto e de aromas claros e definidos. Supreendeu.

Na boca, acidez boa e bem equilibrada, com taninos presentes porém muito suáves e agradáveis. Toques picantes na ponta da língua, lembrando o bouquet, é um vinho que integra bem a acidez e sabor adocicado da Shiraz com o corpo e taninos da Cabernet. Álcool bem equilibrado, final médio e aromático.

O mesmo frescor que aparece no copo, lembrando menta, volta claramente na boca e, misturado com a madeira, me deixou com a lembrança de eucalipto. Não sei se estava influenciado pelo fato do vinho ser Australiano, mas sei que não consegui mais deixar de pensar em Eucalipto... Muito interessante e gradável.

Gostei muito do vinho, acompanhou muito bem uma sopa que fizemos para o jantar, por ser bem equilibrado, com boa acidez e corpo correto. Destaque positivo para a expressão da Shiraz nesse corte, pois muitas vezes eu acho que essa uva (principalmente na América do Sul) tem uma acidez desagradável, com gosto de abacaxi ou maracujá. Aqui não, é um vinho bem elegante.

Quem tiver a chance, vale a pena provar!

O que mais gostei - do equilíbrio, do bouquet aberto e aromático, várias coisas...

8 de mar. de 2009

Alta Vista Classic Torrontes 2007

Alta Vista Classic Torrontes 2007Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira de Enoblogs, indicado pelo colega Cristiano do blog Vivendo Vinhos. Os outros blogs postaram seus comentários no dia 01/03, eu estou meio atrasado.

Não foi muito fácil encontrar este vinho, só achei pra comprar pela Internet. Não conhecia a vinícola Alta Vista, mas costumo gostar bastante de Torrontes. Achei a indicação do Cristiano legal! Paguei R$32,60 pela garrafa.

No copo, um vinho de cor viva, amarelo palha com leve reflexo esverdeado. Pouca formação de lágrimas.

Logo que abri a garrafa, peguei um aroma meio carregado de álcool, mas nada demais. Examinando com mais calma, apareceu bastante fruta cítrica, mais do que eu esperava. Costumo sentir mais aromas florais em vinhos Torrontes, de flores brancas, com toques adocicados, mas neste estavam meio escondidos pelos cítricos, lembrando abacaxi.

Na boca, achei a acidez muito rústica, lembrando limão, não muito agradável para mim. Torrontes têm sempre boa acidez, contrastando o bouquet floral, e por isso são tão interessantes. Neste, achei que faltou elegância neste ponto.

Além disso, na boca o álcool voltou a aparecer, trazendo até um toque meio amargo. Enfim, senti um pouco de desequilíbrio no todo.

Não achei o vinho desagradável, mas pelo preço, acho que existem opções de brancos mais legais. Mas valeu a experiência.


Vou provar a linha Premium da vinícola, o pessoal está falando bem.

Acho que não vale os R$32,60.

O que mais gostei - não teve uma coisa que me chamasse a atenção.

25 de fev. de 2009

Sobre as castas portuguesas

Portugal tem um quinzalhão de castas diferentes, muitas delas originárias  e encontradas somente lá. Eu não tenho muita familiaridade com todas estas castas e suas características, por isso estava procurando alguma referência para orientar minhas compras.


Encontrei um link muito interessante, então resolvi postar aqui para compartilhar com todos: Estação Vitivinícola Nacional de Portugal

O linguajar é técnico, porém o site é muito completo e tem informações sobre dezenas de castas Portuguesas. Lá no meio, dá pra encontrar as características dos vinhos originados por cada uva. Vale a pena dar uma espiada.

Saúde!

3 de fev. de 2009

Michel Torino Colección Pinot Noir 2007

Michel Torino Coleccion Pinot Noir 2007Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira de Enoblogs, escolhido pelo confrade Rafael do blog De Vinho em Vinho.


Muito bem... eu sou sempre o atrasado da turma. Todos os outros blogs já postaram diligentemente no dia 01/02. Faltou o bonitão aqui.

Sendo assim, e tendo os distintos leitores provavelmente lido mais de uma dúzia de comentários sobre este mesmo vinho (isso somente nos últimos 3 dias!), vou tentar fazer um comentário indo direto ao ponto.

Achei o vinho quase honesto, mas me incomodou em alguns pontos: primeiro, algum excesso de álcool; segundo, um toque amargo se intrometendo onde não devia e; terceiro, taninos verdes demais, pouco delicados ou integrados.

Em prol do vinho, posso dizer que tem um aroma agradável de frutas vermelhas, morango ou framboesa, tem bom frescor e corpo correto. É gostoso de tomar, não me entendam mal, vai bem no calor, desde que esteja refrescado. Mas não empolga em nada.

Paquei R$23, um bom preço, mas não sei se voltarei a comprar (já provei, pronto.  Prefiro partir pra outro...).

O que mais gostei - bouquet e acidez legais.


p.s.: e aí, valeu o comentário curto e grosso?

5 de jan. de 2009

Ano novo, blog de cara nova

Aproveitei esses dias de folga entre o Natal e o Ano Novo para dar uns dois ou três "tapas" no meu blog:


- Coloquei uma busca no site logo no topo da barra lateral, acho que pode ser bem útil;
- Separei as categorias, para que se possa navegar por nota, preço, país e tipo de vinho. A lista de categorias estava ficando enorme, espero que assim fique mais fácil de encontrar o conteúdo desejado;
- A lista completa de categorias continua disponível, porém um pouco mais abaixo;
- Para quem me lê via RSS, sem grandes mudanças. Como novidade, agora é possível se inscrever também no feed dos comentários dos leitores;

Fora isso, fiz um lindo e caprichadíssimo cabeçalho novo para o site! Para dar um charme diferente, espero que agrade.

No mais, desejo um excelente início de ano para todos nós, cheio de sabores, aromas, descobertas, amizades e muitas realizações.

Abraços a todos!