2 de mai. de 2011

Miros Roble Ribera del Duero 2007

Este é (para ser) meu comentário sobre o 55º vinho da Confraria Brasileira dos Enoblogs. O tema escolhoido pelo Escrivinhos foi "Tempranillo 100%". Vocês vão ver que eu acertei 80% na escolha, acho que está valendo, não é?

No meu primeiro post depois de um milênio (ok, depois de pouco mais de 1 ano...) sem postar, já fui vagabundo o suficiente para não tirar uma foto da garrafa. Então vou ter que enganar com foto surrupiada de um site de venda de vinhos de algum país da Europa Oriental.

Enfim, este vinho é um exemplar de Ribera del Duero, denominação de origem espanhola que margeia o Rio Douro, o mesmo que dá nome àquela outra região, esta de Portugal. Mas pela distância, localização, características de solo, clima, (talvez até da língua) os vinhos são bem diferentes entre essas duas áreas produtoras.

Lá na Espanha, muitos produtores têm apostado em cortes com Tempranillo como base, o que é o caso deste moço em questão, que leva 80% de Tempranillo, 15% de Merlot e o resto de Cabernet Sauvignon. Confesso que achei o corte muito interessante, a Tempranillo tem aquele sabor marcante meio de anis, docinho de frutas vermelhas escuras, etc, e com Merlot entrando para arrendondar e Cabernet puxando uma "pontada" no final, ficou um vinho extremamente agradável e palatável.

No caso, já entreguei o principal do meu comentário sobre este vinho. Mas vamos lá, esticar um pouco mais essa história.

No copo, este tinto tem cor viva, escura e boa densidade, bem violeta e reflexos muito brilhantes e vivos. Certa formação de pernas no copo, pintando as paredes da taça. Nariz bem rico de frutas maduras escuras, acidez presente, e um toque de madeira. A madeira é um ponto legal aqui, pois é bem delicada e dá personalidade para o vinho.

O bouquet é frutado principalmente, com predominância de ameixas pretas (quelas de polpa vermelha), amora talvez, mas traz também profundidade interessante, com toques de especiarias como canela e talvez ervas da turma da menta.

Na boca é bem balanceado, corpo médio, boa acidez e álcool levemente perceptível. Tem predominância típica de Tempranillo, mas como mencionei, bem cortado com a maciez e corpo da Merlot e robustez de Cabernet. Vinho bem gastronômico, para acompanhar pratos diversos de massas até carnes meio leves. Não é daqueles espanhóis super secões, vai bem com comida.

Minha nota: 4/5
À la vôtre!

6 de dez. de 2009

Château Coucheroy Pessac-Léognan 2002

Nossa, há tanto tempo não posto um comentário aqui que está até parecendo que parei de vez. Na verdade, só parei de escrever nesses últimos mêses, mas não parei de tomar vinho nem por um dia!


Hoje mesmo, estou tomado um Bordeaux delicioso. Um Pessac-Léognan 2002, do Château Coucheroy. É um vinho muito bom, equilibrado, muito elegante e delicado.

Na verdade, Pessac-Léognan é sinônimo de elegância entre os Bordeaux, um vinho muito mais delicado do que seus irmãos do Médoc, região que fica logo ao lado. Essa denominação fica na grande área chamada de Graves de Bordeaux, provavelmente a região vinícola mais aintiga da França.

Graves quer dizer cascalho, e é exatamente assim que se apresenta o solo ali. Ou seja, boa retenção de calor no solo e muito escoamento de água, fazendo com que a pobrezinha da vinha tenha realmente muito trabalho para se alimentar. O resultado é um fruto muito rico, dando um vinho cheio de aromas interessantes, tanino da fruta bem presente e acidez boa.

Esse Pessac é um corte meio a meio de Cabernet Sauvignon e Merlot. Diferente, não? O resultado me agradou demais, estava muito bom servido só, e depois acompanhou de maneira excelente um pizza leve, de mussarela.

Não comprei aqui, não sei quanto custaria no Brasil...

O que mais gostei? Do equilíbrio perfeito, da elegância desse grande vinho!

5 de dez. de 2009

Chutney de Maracujá

Ontem à noite fiz um chutney de maracujá bem rapidinho, bem facinho, que ficou muito bom. Nessa época de festas, quando sempre comemos muitas carnes assadas, pernil, lombo, etc, um chutney cai muito bem.


Fiz um improvisação em cima de uma receita que ví na TV, segue a receita:

. 1 cebola cortada em pétalas
. 1 maça verde descascada cortada em 12 partes
. a polpa de 1 maracujá
. 2 colheres de sopa de açucar
. 1 colher de chá rasa de sal
. 1 colher de chá de cominho
. 1 colher de chá de coentro moído
. 1 colher de chá de gengibre em pó
. 1 colher de chá de curry
. 1/2 chícara de vinagre de maçã

É isso. É só colocar tudo em uma caçarola, quando ferver abaixar o fogo e cozinhar em fogo baixo por uns 20 ou 30 minutos, mexendo de vez em quando.

O chutney fica com uma acidez boa e sabor bem quente e um pouco picante. Assim, pede um vinho de bom corpo, com taninos legais, passagem por madeira, boa estrutura, essas coisas. Penso em Malbec, é claro, mas também nos vinhos do Sudoeste Francês - Cahors, Côtes de Roussillion - talvez um Tannat encorpado, algo assim.

Quando eu provar, comento aqui!

29 de jun. de 2009

Don Melchor Cabernet Sauvignon 2001

Uau, esse é um grande rótulo para o meu blog, não é? Finalmente, tive a chance de provar o vinho que "revolucionou a história do vinho no Chile", o "melhor Cabernet Sauvingon do mundo", a "expressão perfeita da casta"... Enfim, com todos estes superlativos, publicados pela mídia especializada, confesso que fiquei até com receio e um certo preconceito antes de provar. Sabe aquele sentimento de "será que é tudo isso mesmo?".


Pois então: é, é tudo isso mesmo!

Mas vamos lá, começar do princípio. Ganhei este vinho de presente dos amigos da Tribal no final do ano passado, e demorei um pouco para abrir. Mas aí levei a garrafa para tomar na pousada em que passamos o último feriado, em Santo Antonio do Pinhal, em frente à lareira, queijinhos, o cenário perfeito.

O vinho é quase um varietal, com 91% de Cabernet Sauvignon e somente 9% de Cabernet Franc, produzido na região de Puente Alto. É o top do top da Concha y Toro, recebeu 95 pontos da Wine Spectator... Não precisa de mais apresentações.

No copo, apresentou uma cor rubi muito intensa e límpida, perfeitamente bordô, nada violeta. Os reflexos bem alaranjados mostravam um pouco do tempo de garrafa do vinho, tempo este que pelo pedigree do mesmo, ainda podia se estender bastante. Mas, por outro lado, sabe-se que este é um grande vinho que pode ser bebido relativamente jóvem. Assim, fomos sem medo de errar.

No bouquet, o vinho dá um show. Toques frescos de menta, de groselha e muita fruta madura, se misturam com aromas secundários de chocolate, tostado leve, anis e couro. Sim, couro: acho que foi a primeira vez que pude genuinamente dizer que senti um aroma verdadeiro de couro. E muita, muita complexidade, havia muito mais alí para se explorar. Um bouquet convidativo, agradável, equilibrado e alegre, diferente do que eu inicialmente imaginava que seria.

Se no nariz ele dá um show, na boca dá uma aula. Equilibradíssimo, encorpado, aveludado, elegante, tem acidez presente muito agradável, taninos macios, sabores exuberantes e definidos. Não é nada pesado, tem madeira perfeita e ótima adstringência, que dá vida ao vinho. Final longo com leve calor no céu da boca, deixando aparente a fruta e também diversos outros aromas mais complexos que fazem parte do bouquet.

O vinho é pura elegância, super amigável, cheio de camadas e aromas para descobrir... Uma loucura! Eu imaginava um vinho mais pesado, mais sério, e me enganei redondamente. Felizmente!! Fiquei fã, admito.

Quem tiver a chance, vale muito a pena provar. Mas como é um vinho muito caro, não dá pra falar em custo-benefício aqui...

O que mais gostei? Ah, difícil saber. Adorei ter tido a chance de prová-lo.

Minha nota: MIL! Ok, sério: 5/5

3 de mai. de 2009

Kankura Maillén Chardonnay 2007 com risoto de camarões e manjericão

Comprei este vinho no site da Estação do Vinho e abrimos ele hoje para acompanhar o risoto que fiz no almoço. Paguei R$ 23,00 por esta garrafa.


O vinho é um chardonnay agradável, sem muita pretensão. Tem boa acidez, corpo médio e textura aveludada na língua. Tem toque de madeira nada exagerado, e lembra um pouco manteiga. Final curto, porém agradável, sem deixar gosto amargo como alguns chardonnays.

Já para o risoto, fiz uma receita básica "mediterrânea" com camarões, tomate, ervilha torta, pignoli e manjericão. Imaginei que o vinho acompanharia bem o prato e, no final, o resultado foi melhor do que o esperado! O vinho cresceu muito com o risoto, que também se beneficiou bastante com o vinho.

Um segredinho que acrescetei ao risoto foi um Poivre Long, e acho que este sabor acrescentou demais ao prato e deixou a harmonização ainda mais agrádavel. O sabor picante da pimenta foi bem cortado pela textura do chardonnay e a oleosidade do risto casou bem com a acidez do vinho. Enfim, um casamento feliz!

O vinho valeu os R$ 23,00, e trata-se de uma boa pedida para acompanhar refeições.

O que mais gostei - no vinho, do bom equilíbrio entre acidez e corpo. No risoto, o sabor do Poivre Long foi a grande sacada.

Minha nota: 3.5/5 (para o vinho só, harmonizado melhorou muito)

2 de mai. de 2009

Le Vin Quotidien no Twitter

Olá leitores do Blog!


Nesses últimos tempos, tenho me interessado cada vez mais pelo Twitter. É uma ferramenta muito bacana, na minha opinião, pois permite passar informações rápidas, curtas e diretas sobre o assunto que desejamos falar.

Tem muita gente usando para bobagem, mas eu realmente acho que existem usos interessantes e relavantes para a ferramenta. Foi por isso que decidi começar também a postar em nome do Le Vin Quotidien no Twitter.

Minha idéia é colocar comentários curtos, informações instantâneas e mais diretas sobre vinhos, bebidas, comidinhas, essas coisas. Vou manter os comentários mais detalhados sobre degustações aqui para o Blog, esperando assim ter dois canais complementares de comunicação.


Os comentários do Twitter também estão presentes aqui no blog, na barra lateral. E você também pode se inscrever no feed RSS, uma boa opcão para quem me lê via feed.

É isso aí, espero vocês em http://twitter.com/vinquotidien

Abraços!

1 de mai. de 2009

Jacob's Creek Shiraz Cabernet 2007

Ganhei esse vinho do amigo Ale Martins, um excelente presente! Eu sempre via esse vinho nos Free Shops de São Paulo, mas nunca pensei em comprar. Sei lá por que... De todo modo, adorei a oportunidade de prová-lo, até por que esse é o primeiro australiano do meu blog.


Trata-se de um corte de 71% Shiraz com 29% Cabernet, proveniente do Barossa Valley no Sul da Australia. Jacob's Creek é a marca principal da vinícola Orlando Wines, que pertence à Pernod Ricard.

No copo, é um vinho tinto límpido de intensidade média e cor grená muito bonita. Tem pernas transparentes, lentas e longas. Reflexos rosados.

No primeiro contato, depois de ficar alguns instantes no copo e antes de ser agitado, o aroma do álcool apareceu um pouco demais, mas fois só aí. Logo surgiu um aroma picante, de pimenta preta, fruta escura madura, toque vegetal de grama e pimentão, menta, caramelo e madeira. Um bouquet muito interessante, aberto e de aromas claros e definidos. Supreendeu.

Na boca, acidez boa e bem equilibrada, com taninos presentes porém muito suáves e agradáveis. Toques picantes na ponta da língua, lembrando o bouquet, é um vinho que integra bem a acidez e sabor adocicado da Shiraz com o corpo e taninos da Cabernet. Álcool bem equilibrado, final médio e aromático.

O mesmo frescor que aparece no copo, lembrando menta, volta claramente na boca e, misturado com a madeira, me deixou com a lembrança de eucalipto. Não sei se estava influenciado pelo fato do vinho ser Australiano, mas sei que não consegui mais deixar de pensar em Eucalipto... Muito interessante e gradável.

Gostei muito do vinho, acompanhou muito bem uma sopa que fizemos para o jantar, por ser bem equilibrado, com boa acidez e corpo correto. Destaque positivo para a expressão da Shiraz nesse corte, pois muitas vezes eu acho que essa uva (principalmente na América do Sul) tem uma acidez desagradável, com gosto de abacaxi ou maracujá. Aqui não, é um vinho bem elegante.

Quem tiver a chance, vale a pena provar!

O que mais gostei - do equilíbrio, do bouquet aberto e aromático, várias coisas...

8 de mar. de 2009

Alta Vista Classic Torrontes 2007

Alta Vista Classic Torrontes 2007Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira de Enoblogs, indicado pelo colega Cristiano do blog Vivendo Vinhos. Os outros blogs postaram seus comentários no dia 01/03, eu estou meio atrasado.

Não foi muito fácil encontrar este vinho, só achei pra comprar pela Internet. Não conhecia a vinícola Alta Vista, mas costumo gostar bastante de Torrontes. Achei a indicação do Cristiano legal! Paguei R$32,60 pela garrafa.

No copo, um vinho de cor viva, amarelo palha com leve reflexo esverdeado. Pouca formação de lágrimas.

Logo que abri a garrafa, peguei um aroma meio carregado de álcool, mas nada demais. Examinando com mais calma, apareceu bastante fruta cítrica, mais do que eu esperava. Costumo sentir mais aromas florais em vinhos Torrontes, de flores brancas, com toques adocicados, mas neste estavam meio escondidos pelos cítricos, lembrando abacaxi.

Na boca, achei a acidez muito rústica, lembrando limão, não muito agradável para mim. Torrontes têm sempre boa acidez, contrastando o bouquet floral, e por isso são tão interessantes. Neste, achei que faltou elegância neste ponto.

Além disso, na boca o álcool voltou a aparecer, trazendo até um toque meio amargo. Enfim, senti um pouco de desequilíbrio no todo.

Não achei o vinho desagradável, mas pelo preço, acho que existem opções de brancos mais legais. Mas valeu a experiência.


Vou provar a linha Premium da vinícola, o pessoal está falando bem.

Acho que não vale os R$32,60.

O que mais gostei - não teve uma coisa que me chamasse a atenção.

25 de fev. de 2009

Sobre as castas portuguesas

Portugal tem um quinzalhão de castas diferentes, muitas delas originárias  e encontradas somente lá. Eu não tenho muita familiaridade com todas estas castas e suas características, por isso estava procurando alguma referência para orientar minhas compras.


Encontrei um link muito interessante, então resolvi postar aqui para compartilhar com todos: Estação Vitivinícola Nacional de Portugal

O linguajar é técnico, porém o site é muito completo e tem informações sobre dezenas de castas Portuguesas. Lá no meio, dá pra encontrar as características dos vinhos originados por cada uva. Vale a pena dar uma espiada.

Saúde!

3 de fev. de 2009

Michel Torino Colección Pinot Noir 2007

Michel Torino Coleccion Pinot Noir 2007Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira de Enoblogs, escolhido pelo confrade Rafael do blog De Vinho em Vinho.


Muito bem... eu sou sempre o atrasado da turma. Todos os outros blogs já postaram diligentemente no dia 01/02. Faltou o bonitão aqui.

Sendo assim, e tendo os distintos leitores provavelmente lido mais de uma dúzia de comentários sobre este mesmo vinho (isso somente nos últimos 3 dias!), vou tentar fazer um comentário indo direto ao ponto.

Achei o vinho quase honesto, mas me incomodou em alguns pontos: primeiro, algum excesso de álcool; segundo, um toque amargo se intrometendo onde não devia e; terceiro, taninos verdes demais, pouco delicados ou integrados.

Em prol do vinho, posso dizer que tem um aroma agradável de frutas vermelhas, morango ou framboesa, tem bom frescor e corpo correto. É gostoso de tomar, não me entendam mal, vai bem no calor, desde que esteja refrescado. Mas não empolga em nada.

Paquei R$23, um bom preço, mas não sei se voltarei a comprar (já provei, pronto.  Prefiro partir pra outro...).

O que mais gostei - bouquet e acidez legais.


p.s.: e aí, valeu o comentário curto e grosso?

5 de jan. de 2009

Ano novo, blog de cara nova

Aproveitei esses dias de folga entre o Natal e o Ano Novo para dar uns dois ou três "tapas" no meu blog:


- Coloquei uma busca no site logo no topo da barra lateral, acho que pode ser bem útil;
- Separei as categorias, para que se possa navegar por nota, preço, país e tipo de vinho. A lista de categorias estava ficando enorme, espero que assim fique mais fácil de encontrar o conteúdo desejado;
- A lista completa de categorias continua disponível, porém um pouco mais abaixo;
- Para quem me lê via RSS, sem grandes mudanças. Como novidade, agora é possível se inscrever também no feed dos comentários dos leitores;

Fora isso, fiz um lindo e caprichadíssimo cabeçalho novo para o site! Para dar um charme diferente, espero que agrade.

No mais, desejo um excelente início de ano para todos nós, cheio de sabores, aromas, descobertas, amizades e muitas realizações.

Abraços a todos!

30 de dez. de 2008

Santa Carolina Merlot 2006

Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs, escolhido pelo blog O Tanino. Outros blogs comentando este mesmo vinho podem ser acessados através dos links ao lado, em "eu leio".


Comprei este vinho no Pão de Açucar e paguei R$18,90 por ele. Não achei a safra 2007, que foi a escolhida pela confraria, mas acho até interessante ter comentários de safras diferentes do mesmo vinho.

Estou tomando uma taça dele neste exato momento, então vamos lá: no copo é tinto vivo, cor bordô com reflexos cor de framboesa. Tem formação de lágrimas espessas e lentas. Um vinho bonito.

Bouquet de intensidade média, com predominância frutada, ameixa preta e cereja. Tem um toque adocicado e especiarias picantes aparentes. Certo toque de madeira e álcool um pouco aparente.

Na boca, tem corpo também médio, taninos suaves mas corretos, pouca acidez, fundo amargo e presença de álcool esquentando o pálato. Na safra 2007, outros comentáram sobre a acidez aparente do vinho; não é o caso aqui, mostrando o que eu acredito seja o fraco potencial de guarda do vinho. Tem final curto, um pouco marcado pelo álcool e um toque de madeira lembrando chocolate. Novamente, o aroma de especiaria picante aparece na boca, o que é agradável.

Depois de respirar bem, o álcool cedeu um pouco e o amargo também, mas continuaram incomodando um pouco. No geral, é um vinho simples, agradável mas sem nada de especial. Para esta faixa de preço, acho que não deixa de ser uma boa opção.

É isso aí! Feliz 2009 para todos, meus leitores, amigos e a todos os colegas da confraria! A foto deste post foi especialmente tirada para colocar todo mundo no clima de celebração, e que no ano que vem tenhamos a chance de tomar ótimos vinhos em excelente comanhia, sempre!! ;)

Vale os R$18,90.

O que mais gostei - do bouquet frutado, com toque picante.

28 de dez. de 2008

Arboleda Cabernet Sauvignon 2003


Este vinho eu ganhei de presente do meu grande amigo Paulo. Acertou na mosca! Sei que é comercializado pela Expand, mas não fui pesquisar o preço, afinal de contas, presente é presente.


Abri uma hora antes de tomar, respeitando os longos 5 anos que este jovem senhor passou na garrafa. Ao abrir já deu para perceber o bouquet intenso, de certo modo perfumado e ótima tipicidade.

Visualmente, um vinho escuro, límpido, com algum reflexo cor de lajota, mas no geral ainda muito vivo. Pernas longas, finas e escuras na parede da taça.

Já no copo, depois de respirar, o vinho se apresentou extremamente agradável, com bouquet marcante de Cabernet Sauvignon, fruta madura escura, cereja preta, herbáceo, pimentão verde, talvez até canela, e definitivamente um toque de eucalipto que o diferenciou de muito do que já provei. Sem defeitos, na minha opinião. Pelo contrário, franco, intenso e completo.

Na boca, um vinho estruturado, com taninos muito amplos e agradáveis. Ácidez correta, sem aparecer muito. Álcool correto também. Novamente, aparecem frutas escuras, um toque de madeira com muita elegância e alguma doçura da própria fruta. O final é longo e marcado pelo aroma de eucalipto do bouquet.

Não é um vinho especialmente fresco, mas agrada demais pelo equilíbrio, pela complexidade e elegância, muito superiores à média. Prontissimo para beber. Merce ser degustado com calma, acompanha bem petiscos e queijos um pouco mais fortes.

Foi um presente excelente! Deve valer o quanto custa ;)

O que mais gostei - dos taninos maduros e amplos, do toque de eucalipto, da elegância... gostei de tudo. É certamente o melhor Cabernet já comentado neste blog.

26 de dez. de 2008

Nieto Senetiner Brut Nature

Este mês, os participantes da Confraria Brasileira de Enoblogs combinaram de recomendar um espumante cada um no dia 15. Todos os meu colegas confrades fizeram sua lição de casa, menos eu (é claro).


Antes de falar do meu vinho: não deixem de conferir as dicas do Vinho para Todos, Le Vin au Blog, Diário de Baco e Avaliador, que são alguns dos colegas que fizeram ótimas recomendações.

Vamos lá! O espumante que recomendo para este final de ano é o ótimo argentino Nieto Senetiner Brut Nature. Esta vinícola tem me surpreendido constantemente, com vinhos de ótima qualidade e preços muito atrativos. Paguei R$25,90 por esse.

Trata-se de um espumante branco 100% Pinot Noir. Olhando com cuidado, dá para ver uma leve tonalidade rosada, porém não chega a ser um vinho rosé. É um branco "bronzeado".  Tem formação de bolhas finas e regulares com boa espuma no copo.

Os aromas são muito agradáveis, predominância frutada bem fresca, porém com presença distinta de baunilha, manteiga, talvez até uma erva doce... e tostado no fundo, o que dá uma cortada legal no bouquet. Muito agradável.

Na boca, ótima acidez e corpo estruturado com textura sedosa e frisante bem delicado. Também na boca tem predominância frutada, mas novamente muito bem cortada pelo tostado e aromas mais quentes, que trazem certa cremosidade. É seco na medida correta, um vinho muito elegante e com personalidade.

Vale a pena provar, excelente custo benefício! Vale cada centavo dos R$25,90 (e ainda vem com latinha!).

O que mais gostei - dele na boca, muita personalidade.

7 de dez. de 2008

Norton Malbec DOC 2005

Já tomei este vinho mais de uma vez, mas ainda não tinha comentado aqui. Achei o vinho por R$25,90 desta vez, um preço ótimo. Promoção, talvez por estar envelhecendo.


Trata-se de um Malbec muito legal e feito com bastante cuidado. A denominação DOC, neste caso, indica que todas as uvas vieram da região de Luján de Cuyo, considerada uma das melhores de Mendoza para o cultivo da Malbec.

No copo, tem coloração violeta escura, já ganhando notas mais castanhas e reflexo ainda vivo. Formação abundante de pernas, muito lentas e escuras, indicando viscosidade.

Nariz intenso, com abundância de frutas vermelhas escuras e presença controlada de madeira. Ao contrário de outros Malbecs concentrados como este (como por exemplo o Terrazas de los Andes), neste vinho a madeira aparece "emoldurando" a fruta e não se sobressai demais no conjunto. Presença floral e toque ligeiramente fresco dão boa vida ao bouquet.

Na boca, o sabor da fruta se impõe novamente, trazendo um bom nível de acidez e taninos agradáveis e eveludados.  Álcool muito correto e toque picante de especiarias, bem típico dos Malbecs Argentinos. Final longo e agradável, com um pequeno amargor.

É um vinho que privilegia a uva e tem ótimo corpo, sem recorrer demais à madeira. Além disso, tem excelente acidez, o que não é muito fácil de encontrar nos Malbecs desta faixa de preço. Para mim, isto é relamente reflexo do cuidado com o cultivo e seleção das uvas, mostrando que há critério na elaboração.

Em resumo, este é ,na minha opinião, o melhor Malbec que tem por aí nesta faixa de preço. O mais completo, extremamente agradável e saboroso. Safra 2005 para beber logo!

Certamente vale R$25,90. Eu pago até uns R$34.

O que mais gostei - do equilíbrio entre acidez, madeira e fruta.

16 de nov. de 2008

Alamos Reserve Tempranillo 2005

Trouxe este vinho de Buenos Aires, infelizmente ele não é vendido por aqui. Parece que a Bodega Catena só comercializa a linha Reserve na Argentina, e este é o único tempranillo que eles fazem. Paguei uns 35 pesos, se me lembro bem.


No copo, é denso e de cor púprura escura com pouca transparência. Reflexos cor de telha e pernas longas e finas, descendo muito lentamente pelo copo.

Nariz abundante de frutas escuras, bem marcado por um toque picante. Tem fundo de cereja preta e madeira presente mas muito bem integrada. Dá pra sentir um certo aroma adocicado no fundo. Aos poucos, depois de provar, evoluiu para algo mais herbáceo, lembrando estragão.

Na boca, tem um ataque muito fresco, com ácidez leve e agradável. Corpo médio mas com boa presença. Taninos também leves, com sensação picante no céu da boca e no centro da língua. É um tanino que não preenche a boca inteira, mas dá uma vivacidade ao vinho. Madeira integrada.

No geral, predomina a acidez que dá ao vinho um frescor delicado e bem específico, inesperado para mim, que não imaginava isso em um tempranillo. Mas gostei muito! Tem também um toque picante na boca, assim como no nariz, e um final levemente amargo. Deixa a boca limpa e é ótimo para acompanhar a refeição.

Vale o que custou, mas não tem por aqui...

O que mais gostei - da acidez na boca, da sensação fresca mas com boa presença.

6 de nov. de 2008

Casa Valduga Premium Gewurztraminer 2007

Um rápido comentário sobre este vinho, antes que eu me esqueça dele, pois não anotei... E acho que vale a pena o comentário.


Antes de mais nada, preciso dizer que paguei R$24,90 nele, um preço bem razoável na minha opinião. Acho os vinhos Brasileiros meio caros no geral, salvando-se os brancos e espumantes. Quem sabe agora, com o dolar em alta, a coisa não vai mudar de figura e eu vou estar achando os brasileiros até que baratinhos :)...

Enfim, este é um ótimo branco da Casa Valduga, de personalidade, bastante aromático e extremamente agradável ao paladar. Tem aromas florais e de frutas maduras, puxando um pouco para algo mais tropical como abacaxi, lembrando também pêssego branco, com toques de erva doce. Bem interessante.

Na boca, tem corpo agradável e é muito sedoso. O ataque inicial é marcado pela acidez da uva, muito bem trabalhada e com certa elegância. Tem final suave, fresco e perfumado, não muito marcante.

Achei o vinho muito fácil de tomar e bom para acompanhar diversos pratos "de vinho branco", pois é aromático, mas não em excesso, e tem acidez, mas nada muito marcante. Descrevendo assim, pode parecer que se trata de um vinho sem personalidade, mas acho que esses "meios-termos" dele são bem positivos para a gastronomia do dia a dia. Não é espetacular, mas vale a pena conferir.

Vales os R$24,90.

O que mais gostei - da textura, sedosa e elegante.

1 de nov. de 2008

Latitud 33 Malbec 2007

Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs, escolhido pelo DegustEno. Outros blogs comentando este mesmo vinho podem ser acessados através dos links ao lado, em "eu leio".

Eu  já havia comentado o Latitud 33 Malbec aqui, porém da safra 2006. Quando soube que seria esse o vinho do mês, até achei interessante a oportunidade de comparar duas safras. Só para lembrar, eu tinha dado 3,5/5 pro vinho.

Comprei essa garrafa no Pão de Açucar e paguei R$21,90, se me lembro bem. Meio caro.

No copo, um vinho de cor viva e atraente, com pernas largas e rápidas, um pouco mais rápidas do que eu esperava. Cor típica de Malbec bem jovem.

De bouquet, achei pior do que o 2006. Manteve-se no universo conhecido de frutas vermelhas escuras, mas achei tudo meio apagado, predominando um aroma vínico um pouco sem graça. 

Na boca, mostrou-se fraco. Pouco tanino e certo desequilibrio. Neste aqui, achei que o gosto doce sobressaiu-se e incomodou muito, faltou corpo e a acidez estava meio estranha, lembrando esses vinhos de pouquissima concentração. Fundo quente de álcool também meio errado.

Não é um vinho desagradável, não é isso. Mas comparado ao 2006, acho que perdeu muita concentração e talvez até cuidado na preparação. Não acho que vá melhorar nada com o tempo, de modo que venha a corrigir isso. Mesmo assim, é um vinho que dá pra tomar, se for comprado por menos de R$20,00.

Não vale R$21,90, vale no máximo 20, pra mim...

O que mais gostei - não sei.

5 de out. de 2008

Fortaleza do Seival Tempranillo 2006

Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs, escolhido pelo Escrivinhos. Outros blogs comentando este mesmo vinho podem ser acessados através dos links ao lado, em "eu leio".


Este é o segundo vinho da linha Fortaleza do Seival que comento aqui. O primeiro, um Pinot Noir, não me agradou muito pelo excesso de madeira e pela pouca delicadeza. A uva Tempranillo é certamente mais parruda do que a Pinot Noir, portanto imaginei que os defeitos que ví no vinho anterior, caso aparecessem aqui, seriam menos graves. Confirmei minha espectativa.

Este Tempranillo tem uma coloração bordô intensa muito bonita, com reflexos brilhantes. Cara de vinho jovem e vivo.

Dos aromas, o primeiro que senti foi o da madeira, exagerado para mim. Tem também um bouquet vivo de frutas vermelhas, com toque vegetal e algo defumado, lembrando um pouco churrasco. O álcool estava incomodando no início, mas melhorou muito com o tempo. No geral, um bouquet interessante, mas dominado pela madeira.

Na boca, senti falta de integração entre os diversos elementos, apesar de estarem todos lá: acidez boa, toque adocicado, fundo amargo, lembrando tempero, taninos vivos e madeira presente. Acho que falta a tal da elegância. Os sabores ficam separados, como um molho de tomate que ainda precisa cozinhar bem para ficar pronto.

Paguei R$24,60 pela garafa, um preço honesto. Não é mal, mas acho que poderia ganhar muito se fosse melhor explorado o potencial da uva. Talvez falte concentração na fruta para chegar lá, mas acho que o produtor optou por carregar na madeira, o que não me agrada. Prefiro quando é a fruta que dá o tom.

Vale os R$24? Acho que sim...

O que mais gostei - do bouquet, tem seu charme.

1 de out. de 2008

Vinho do mês da Confraria Brasileira de Enoblogs

Só para avisar que vou postar meus comentários sobre o Fortaleza do Seival Tempranillo neste sábado, dia 4/10. Infelizmente, não poderei postar antes. Até!

28 de set. de 2008

Nieto Senetiner Malbec 2005

Tenho andado bem vagabundo com as atualizações do meu Blog, mas vamos lá!


Esse vinho eu comprei no Pão de Açucar e paguei R$25,90. É um Argentino bem manjando, fácil de encontrar em supermercados e lojas.

No copo, é um vinho de cor púrpura muito escuro, cor típica de Malbec Argentino, inclusive formando espuma roxa ao ser servido. Fanta Uva também forma espuma roxa... mas isso não vem ao caso.

Reflexos violeta, puxando mais para rubi, mas tudo sempre muito profundo. Pernas muito lentas e largas escorreram pelo copo.

Naris de frutas abundantes, predominando cerejas pretas e ameixa preta. Toque vegetal de mato e maderia bem presente, mais do que o de costume mas sem incomodar. A madeira traz com ela aroma de baunilha e no fundo, presença picante de especiarias. Álcool presente, sem exagero.

Na boca, um vinho menos cheio do que imaginava, sempre com bastante fruta. Álcool sobressaindo um pouco, fica no limite. Taninos bem presentes e vivos, mas já mais arredondados pelo tempo. Agradável.

Tomando esse vinho, pensei um pouco na característica do tanino de Malbec. Na minha opinião, consigo descrevê-lo como sendo "pontual", pois não envolve toda a boca, deixando aquela sensação "enrugada" por todo lado. É uma sensação picante em diversos pontos da língua. Na minha opinião...

Voltando ao vinho, tem madeira óbvia, alterando o sabor mas dentro do razoável. Final quente, de álcool, um pouco amargo.

Achei um vinho agradável, relativamente leve, se comparado com outros primos diretos, porém muito menos fresco do que permitiria a uva. Melhor de bouquet que na boca, apesar de ser correto. Bem feito mas sem surpresas, bom para acompanhar comida e certamente melhor do que o Benjamin, o "entrada de linha" da vinícola. Vale pagar mais por este.

Acho que vale os R$25,90.

O que mais gostei - do bouquet frutado e aberto.

1 de set. de 2008

Alamos Sauvignon Blanc 2007


Comprei esse vinho no site da Mistral e paguei uns R$25 por ele. A foto, eu roubei do site, mesmo... Abrimos na semana passada e ele acompanhou alguns jantares levinhos que fizemos ao longo da semana.

No copo, é um vinho amarelo claro e meio pálido com reflexos levemente esverdeados. Ao abrir, apresentou pequenas bolhas se formando no fundo do copo, que desapareceram depois de um tempinho.

Vinho bom de bouquet, bem franco, fresco e agradável. De início, lembra fruta cítrica madura tipo grape fruit (ou toranja, pra quem faz questão...). Também tem um quê mais adocicado desde o início. Foi evoluindo para um aroma mais maduro, talvez de pêra ou até fruta do conde, pelo toque doce. Bem no fundo, algo de chá branco ou talvez camomila, deixando o bouquet fresco porém mais "calmo".

Na boca, bom ataque inicial com pequena sensação frisante. Acidez moderada e de sabor agradável, lembrando limão amarelo. Poderia até ter mais acidez. Final levemente picante, sempre lembrando a fruta do bouquet e aquele chá, que eu inventei não sei de onde(...).

Vinho de sabor agradável, boa presença na boca mas não muito marcante. Acompanha bem pratos mais leves, saladas com queijos brancos mais azedos e, provavelmente, iria bem com Sushi.

Vale os R$25, tranquilamente.

O que mais gostei - do bouquet, com toque de chá branco.

17 de ago. de 2008

Bourgogne Chitry Bailly-Lapierre 2004

Esse vinho nós compramos direto do produtor! É uma cave que fica numa cidade chamada Saint-Bris-le-Vineux (a cidade tem vinho até no nome), no norte da Borgonha, próxima à cidade de Auxerre e Chablis também.

A cave de Bailly-Lapierre é um local muito bonito de se visitar pois fica em uma série de galerias escavadas na pedra calcária, onde produzem e armazenam diveras apelações da região da Borgonha.

Chitry é uma apelação recente, definida em 1993, que faz limite com a muito mais famosa Chablis. Chitry pode ser tinto e rosé, de pinot noir, ou branco, de Chardonnay, embora nesta cave só produzam o branco. Este, portanto, é um branco 100% Chardonnay.

O vinho no copo tem uma cor amarelo-ouro pálido muito bonita, com reflexos puxando para o cinza. Sem muitas pernas, porém de textura fina e uniforme.

No nariz, aroma inicial de pêssego branco muito agradável, acompanhado de um toque de tempero mais quente, como talvez cerefolio ou estragão. Também presente um aroma delicado de flor branca e um fundo mineral, bem típico.

Na boca, uma surpresa boa. Um vinho com bom corpo e acidez marcante, muito viva mesmo com 4 anos de garrafa. Os aromas de pêssego e o toque mineral se tornam evidentes na boca, que também revela um fundo de fruta cítrica como limão, do amarelo. Sempre me surpreende a diferença dos Chardonnay da Borgonha com os do novo mundo, que muitas vezes tendem a ser vinhos pesados, com muita madeira e fruta madura demais. Aqui, a história é outra.

O vinho é maturado "sur lies fine", ou seja, deixando-se no tanque os resíduos da primeira fermentação. Isso agrega corpo e ontuosidade ao vinho, o que deu pra detectar claramente. Depois desses anos de garrafa, o vinho já começou a adquirir uma certa textura amanteigada, sem perder nada da vivacidade.

Uma delícia de vinho para acompanhar frutos do mar, crustáceos e qualquer outro prato que peça uma boa acidez. No dia em que abrimos a garrafa, ele acompanhou uma linda salada de rúcula, camembert derretido com mel e salmão defumado. Delicía!

Vale a pena provar. Tem todo o jeito de um Chablis, mas com preço bem mais acessível (mas é difícl achar por aqui...).

O que mais gostei - do bouquet, sem dúvida, e da acidez na boca.

Minha nota: 5/5

11 de ago. de 2008

Pizzato Concentus 2002

Acabei comprando este vinho atrasado, mas antes tarde do que nunca, não é?


Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs, escolhido pelo Diário de Baco. Outros blogs comentando este mesmo vinho podem ser acessados através dos links ao lado, em "eu leio".

Comprei este vinho na Biesky de Moema, pois não foi muito fácil de encontrar. Paguei R$42,00, acho caro. O vinho escolhido pelo Diário de Baco era o da safra 2004, mas só encontrei o 2002. Resolví provar do mesmo jeito, meio que com o pé atrás.

No copo, um vinho de cor intensa púrpura escura já com reflexos cor de tijolo bem aparentes, acusando a idade. Pouca pernas e bem irregulares.

No nariz, pouquissimo frescor e pouca fruta também. Na verdade, os aromas estavam apagados, sobressaindo somente um pouco de madeira, puxando para tabaco, e um aroma geral de folhas secas molhadas (hã?). Deixando respirar muito veio um toque de ameixa escura, mas estilo compota, não de fruta fresca.

Na boca, somente um pouco de taninos já suaves, quase nada de acidez e pouco corpo. Um vinho que obviamente passou de seu tempo. Não sei se mas jovem teria sido tudo isso, sei que não aguentou esses 6 anos.

Não vale a pena, já passou do tempo.

O que mais gostei - gostei de ver os reflexos cor de tijolo, mas só como curiosidade...

Minha nota: 2/5 (é difícil julgar o que o vinho já foi... estou julgando pelo que provei agora)

15 de jul. de 2008

Santa Helena Vernus Cabernet Sauvignon 2004

Esse era pra ser o vinho do mês da confraria, mas acabou não sendo. Como já havia comprado, combinei com o Vinho para Todos e o Colheita de Vinhos de comentá-lo hoje. Não sei se os outros enoblogs também vão comentar, vamos ver.

Comprei esse pela Internet e paguei R$42,00. Meio caro...

Quando chegou, já fiquei bem impressionado pela garrafa, o rótulo é muito bonito. Tanto que empolguei na foto aí do lado: fiz uma frescurinha nela, até que achei legal :)

No copo, tinto intenso e escuro, cor rubi muito profunda com reflexos cor de cereja. Pernas lentas e longas tingindo as paredes do copo. Anotei que o vinho tinha cor de cerejas pretas, não de violeta. Importante...

Bouquet aberto e de aromas frutados, como cereja e muito vegetal. Pimentão confit e presença de madeira. Álcool controlado e fundo de especiarias com pimenta do reino. Agitando, veio mais aroma vegetal, bem típico da cabernet. A madeira foi se revelando muito elegante, com toque de tabaco mas nunca maquiando a fruta. Belo bouquet, franco e com certa complexidade.

Na boca, um vinho muito redondo. Fruta predominando com boa intensidade. Acidez viva mas já começando a declinar, não aguenta mais muito tempo na garrafa. Afinal, o moço já tem seus 4 aninhos.

Os taninos também muito agradáveis e marcantes, típicos de cabernet. Final médio para longo, marcado por madeira. Álcool presente, no limíte de incomodar (tem 14,5 GL, é bastante), mas não incomoda. Depois de tomar, deixou resíduos no copo.

É um vinho de grande adstringência, corpo estruturado e muito agradável. A fruta deixa-o muito fácil de tomar, mas sem roubar seu quê de complexidade e elegância. Assim como o Santa Helena Siglo de Oro, tem boa acidez, o que o torna muito versátil e jovial. Gostei muito e está prontíssimo para beber!

É carinho, mas até vale os R$42.

O que mais gostei - do bouquet muito típico da uva e da acidez frutada na boca. Um vinho alegre, se é que isso faz sentido para alguém(...).

Minha nota: 5/5