30 de dez. de 2008

Santa Carolina Merlot 2006

Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs, escolhido pelo blog O Tanino. Outros blogs comentando este mesmo vinho podem ser acessados através dos links ao lado, em "eu leio".


Comprei este vinho no Pão de Açucar e paguei R$18,90 por ele. Não achei a safra 2007, que foi a escolhida pela confraria, mas acho até interessante ter comentários de safras diferentes do mesmo vinho.

Estou tomando uma taça dele neste exato momento, então vamos lá: no copo é tinto vivo, cor bordô com reflexos cor de framboesa. Tem formação de lágrimas espessas e lentas. Um vinho bonito.

Bouquet de intensidade média, com predominância frutada, ameixa preta e cereja. Tem um toque adocicado e especiarias picantes aparentes. Certo toque de madeira e álcool um pouco aparente.

Na boca, tem corpo também médio, taninos suaves mas corretos, pouca acidez, fundo amargo e presença de álcool esquentando o pálato. Na safra 2007, outros comentáram sobre a acidez aparente do vinho; não é o caso aqui, mostrando o que eu acredito seja o fraco potencial de guarda do vinho. Tem final curto, um pouco marcado pelo álcool e um toque de madeira lembrando chocolate. Novamente, o aroma de especiaria picante aparece na boca, o que é agradável.

Depois de respirar bem, o álcool cedeu um pouco e o amargo também, mas continuaram incomodando um pouco. No geral, é um vinho simples, agradável mas sem nada de especial. Para esta faixa de preço, acho que não deixa de ser uma boa opção.

É isso aí! Feliz 2009 para todos, meus leitores, amigos e a todos os colegas da confraria! A foto deste post foi especialmente tirada para colocar todo mundo no clima de celebração, e que no ano que vem tenhamos a chance de tomar ótimos vinhos em excelente comanhia, sempre!! ;)

Vale os R$18,90.

O que mais gostei - do bouquet frutado, com toque picante.

28 de dez. de 2008

Arboleda Cabernet Sauvignon 2003


Este vinho eu ganhei de presente do meu grande amigo Paulo. Acertou na mosca! Sei que é comercializado pela Expand, mas não fui pesquisar o preço, afinal de contas, presente é presente.


Abri uma hora antes de tomar, respeitando os longos 5 anos que este jovem senhor passou na garrafa. Ao abrir já deu para perceber o bouquet intenso, de certo modo perfumado e ótima tipicidade.

Visualmente, um vinho escuro, límpido, com algum reflexo cor de lajota, mas no geral ainda muito vivo. Pernas longas, finas e escuras na parede da taça.

Já no copo, depois de respirar, o vinho se apresentou extremamente agradável, com bouquet marcante de Cabernet Sauvignon, fruta madura escura, cereja preta, herbáceo, pimentão verde, talvez até canela, e definitivamente um toque de eucalipto que o diferenciou de muito do que já provei. Sem defeitos, na minha opinião. Pelo contrário, franco, intenso e completo.

Na boca, um vinho estruturado, com taninos muito amplos e agradáveis. Ácidez correta, sem aparecer muito. Álcool correto também. Novamente, aparecem frutas escuras, um toque de madeira com muita elegância e alguma doçura da própria fruta. O final é longo e marcado pelo aroma de eucalipto do bouquet.

Não é um vinho especialmente fresco, mas agrada demais pelo equilíbrio, pela complexidade e elegância, muito superiores à média. Prontissimo para beber. Merce ser degustado com calma, acompanha bem petiscos e queijos um pouco mais fortes.

Foi um presente excelente! Deve valer o quanto custa ;)

O que mais gostei - dos taninos maduros e amplos, do toque de eucalipto, da elegância... gostei de tudo. É certamente o melhor Cabernet já comentado neste blog.

26 de dez. de 2008

Nieto Senetiner Brut Nature

Este mês, os participantes da Confraria Brasileira de Enoblogs combinaram de recomendar um espumante cada um no dia 15. Todos os meu colegas confrades fizeram sua lição de casa, menos eu (é claro).


Antes de falar do meu vinho: não deixem de conferir as dicas do Vinho para Todos, Le Vin au Blog, Diário de Baco e Avaliador, que são alguns dos colegas que fizeram ótimas recomendações.

Vamos lá! O espumante que recomendo para este final de ano é o ótimo argentino Nieto Senetiner Brut Nature. Esta vinícola tem me surpreendido constantemente, com vinhos de ótima qualidade e preços muito atrativos. Paguei R$25,90 por esse.

Trata-se de um espumante branco 100% Pinot Noir. Olhando com cuidado, dá para ver uma leve tonalidade rosada, porém não chega a ser um vinho rosé. É um branco "bronzeado".  Tem formação de bolhas finas e regulares com boa espuma no copo.

Os aromas são muito agradáveis, predominância frutada bem fresca, porém com presença distinta de baunilha, manteiga, talvez até uma erva doce... e tostado no fundo, o que dá uma cortada legal no bouquet. Muito agradável.

Na boca, ótima acidez e corpo estruturado com textura sedosa e frisante bem delicado. Também na boca tem predominância frutada, mas novamente muito bem cortada pelo tostado e aromas mais quentes, que trazem certa cremosidade. É seco na medida correta, um vinho muito elegante e com personalidade.

Vale a pena provar, excelente custo benefício! Vale cada centavo dos R$25,90 (e ainda vem com latinha!).

O que mais gostei - dele na boca, muita personalidade.

7 de dez. de 2008

Norton Malbec DOC 2005

Já tomei este vinho mais de uma vez, mas ainda não tinha comentado aqui. Achei o vinho por R$25,90 desta vez, um preço ótimo. Promoção, talvez por estar envelhecendo.


Trata-se de um Malbec muito legal e feito com bastante cuidado. A denominação DOC, neste caso, indica que todas as uvas vieram da região de Luján de Cuyo, considerada uma das melhores de Mendoza para o cultivo da Malbec.

No copo, tem coloração violeta escura, já ganhando notas mais castanhas e reflexo ainda vivo. Formação abundante de pernas, muito lentas e escuras, indicando viscosidade.

Nariz intenso, com abundância de frutas vermelhas escuras e presença controlada de madeira. Ao contrário de outros Malbecs concentrados como este (como por exemplo o Terrazas de los Andes), neste vinho a madeira aparece "emoldurando" a fruta e não se sobressai demais no conjunto. Presença floral e toque ligeiramente fresco dão boa vida ao bouquet.

Na boca, o sabor da fruta se impõe novamente, trazendo um bom nível de acidez e taninos agradáveis e eveludados.  Álcool muito correto e toque picante de especiarias, bem típico dos Malbecs Argentinos. Final longo e agradável, com um pequeno amargor.

É um vinho que privilegia a uva e tem ótimo corpo, sem recorrer demais à madeira. Além disso, tem excelente acidez, o que não é muito fácil de encontrar nos Malbecs desta faixa de preço. Para mim, isto é relamente reflexo do cuidado com o cultivo e seleção das uvas, mostrando que há critério na elaboração.

Em resumo, este é ,na minha opinião, o melhor Malbec que tem por aí nesta faixa de preço. O mais completo, extremamente agradável e saboroso. Safra 2005 para beber logo!

Certamente vale R$25,90. Eu pago até uns R$34.

O que mais gostei - do equilíbrio entre acidez, madeira e fruta.

16 de nov. de 2008

Alamos Reserve Tempranillo 2005

Trouxe este vinho de Buenos Aires, infelizmente ele não é vendido por aqui. Parece que a Bodega Catena só comercializa a linha Reserve na Argentina, e este é o único tempranillo que eles fazem. Paguei uns 35 pesos, se me lembro bem.


No copo, é denso e de cor púprura escura com pouca transparência. Reflexos cor de telha e pernas longas e finas, descendo muito lentamente pelo copo.

Nariz abundante de frutas escuras, bem marcado por um toque picante. Tem fundo de cereja preta e madeira presente mas muito bem integrada. Dá pra sentir um certo aroma adocicado no fundo. Aos poucos, depois de provar, evoluiu para algo mais herbáceo, lembrando estragão.

Na boca, tem um ataque muito fresco, com ácidez leve e agradável. Corpo médio mas com boa presença. Taninos também leves, com sensação picante no céu da boca e no centro da língua. É um tanino que não preenche a boca inteira, mas dá uma vivacidade ao vinho. Madeira integrada.

No geral, predomina a acidez que dá ao vinho um frescor delicado e bem específico, inesperado para mim, que não imaginava isso em um tempranillo. Mas gostei muito! Tem também um toque picante na boca, assim como no nariz, e um final levemente amargo. Deixa a boca limpa e é ótimo para acompanhar a refeição.

Vale o que custou, mas não tem por aqui...

O que mais gostei - da acidez na boca, da sensação fresca mas com boa presença.

6 de nov. de 2008

Casa Valduga Premium Gewurztraminer 2007

Um rápido comentário sobre este vinho, antes que eu me esqueça dele, pois não anotei... E acho que vale a pena o comentário.


Antes de mais nada, preciso dizer que paguei R$24,90 nele, um preço bem razoável na minha opinião. Acho os vinhos Brasileiros meio caros no geral, salvando-se os brancos e espumantes. Quem sabe agora, com o dolar em alta, a coisa não vai mudar de figura e eu vou estar achando os brasileiros até que baratinhos :)...

Enfim, este é um ótimo branco da Casa Valduga, de personalidade, bastante aromático e extremamente agradável ao paladar. Tem aromas florais e de frutas maduras, puxando um pouco para algo mais tropical como abacaxi, lembrando também pêssego branco, com toques de erva doce. Bem interessante.

Na boca, tem corpo agradável e é muito sedoso. O ataque inicial é marcado pela acidez da uva, muito bem trabalhada e com certa elegância. Tem final suave, fresco e perfumado, não muito marcante.

Achei o vinho muito fácil de tomar e bom para acompanhar diversos pratos "de vinho branco", pois é aromático, mas não em excesso, e tem acidez, mas nada muito marcante. Descrevendo assim, pode parecer que se trata de um vinho sem personalidade, mas acho que esses "meios-termos" dele são bem positivos para a gastronomia do dia a dia. Não é espetacular, mas vale a pena conferir.

Vales os R$24,90.

O que mais gostei - da textura, sedosa e elegante.

1 de nov. de 2008

Latitud 33 Malbec 2007

Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs, escolhido pelo DegustEno. Outros blogs comentando este mesmo vinho podem ser acessados através dos links ao lado, em "eu leio".

Eu  já havia comentado o Latitud 33 Malbec aqui, porém da safra 2006. Quando soube que seria esse o vinho do mês, até achei interessante a oportunidade de comparar duas safras. Só para lembrar, eu tinha dado 3,5/5 pro vinho.

Comprei essa garrafa no Pão de Açucar e paguei R$21,90, se me lembro bem. Meio caro.

No copo, um vinho de cor viva e atraente, com pernas largas e rápidas, um pouco mais rápidas do que eu esperava. Cor típica de Malbec bem jovem.

De bouquet, achei pior do que o 2006. Manteve-se no universo conhecido de frutas vermelhas escuras, mas achei tudo meio apagado, predominando um aroma vínico um pouco sem graça. 

Na boca, mostrou-se fraco. Pouco tanino e certo desequilibrio. Neste aqui, achei que o gosto doce sobressaiu-se e incomodou muito, faltou corpo e a acidez estava meio estranha, lembrando esses vinhos de pouquissima concentração. Fundo quente de álcool também meio errado.

Não é um vinho desagradável, não é isso. Mas comparado ao 2006, acho que perdeu muita concentração e talvez até cuidado na preparação. Não acho que vá melhorar nada com o tempo, de modo que venha a corrigir isso. Mesmo assim, é um vinho que dá pra tomar, se for comprado por menos de R$20,00.

Não vale R$21,90, vale no máximo 20, pra mim...

O que mais gostei - não sei.

5 de out. de 2008

Fortaleza do Seival Tempranillo 2006

Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs, escolhido pelo Escrivinhos. Outros blogs comentando este mesmo vinho podem ser acessados através dos links ao lado, em "eu leio".


Este é o segundo vinho da linha Fortaleza do Seival que comento aqui. O primeiro, um Pinot Noir, não me agradou muito pelo excesso de madeira e pela pouca delicadeza. A uva Tempranillo é certamente mais parruda do que a Pinot Noir, portanto imaginei que os defeitos que ví no vinho anterior, caso aparecessem aqui, seriam menos graves. Confirmei minha espectativa.

Este Tempranillo tem uma coloração bordô intensa muito bonita, com reflexos brilhantes. Cara de vinho jovem e vivo.

Dos aromas, o primeiro que senti foi o da madeira, exagerado para mim. Tem também um bouquet vivo de frutas vermelhas, com toque vegetal e algo defumado, lembrando um pouco churrasco. O álcool estava incomodando no início, mas melhorou muito com o tempo. No geral, um bouquet interessante, mas dominado pela madeira.

Na boca, senti falta de integração entre os diversos elementos, apesar de estarem todos lá: acidez boa, toque adocicado, fundo amargo, lembrando tempero, taninos vivos e madeira presente. Acho que falta a tal da elegância. Os sabores ficam separados, como um molho de tomate que ainda precisa cozinhar bem para ficar pronto.

Paguei R$24,60 pela garafa, um preço honesto. Não é mal, mas acho que poderia ganhar muito se fosse melhor explorado o potencial da uva. Talvez falte concentração na fruta para chegar lá, mas acho que o produtor optou por carregar na madeira, o que não me agrada. Prefiro quando é a fruta que dá o tom.

Vale os R$24? Acho que sim...

O que mais gostei - do bouquet, tem seu charme.

1 de out. de 2008

Vinho do mês da Confraria Brasileira de Enoblogs

Só para avisar que vou postar meus comentários sobre o Fortaleza do Seival Tempranillo neste sábado, dia 4/10. Infelizmente, não poderei postar antes. Até!

28 de set. de 2008

Nieto Senetiner Malbec 2005

Tenho andado bem vagabundo com as atualizações do meu Blog, mas vamos lá!


Esse vinho eu comprei no Pão de Açucar e paguei R$25,90. É um Argentino bem manjando, fácil de encontrar em supermercados e lojas.

No copo, é um vinho de cor púrpura muito escuro, cor típica de Malbec Argentino, inclusive formando espuma roxa ao ser servido. Fanta Uva também forma espuma roxa... mas isso não vem ao caso.

Reflexos violeta, puxando mais para rubi, mas tudo sempre muito profundo. Pernas muito lentas e largas escorreram pelo copo.

Naris de frutas abundantes, predominando cerejas pretas e ameixa preta. Toque vegetal de mato e maderia bem presente, mais do que o de costume mas sem incomodar. A madeira traz com ela aroma de baunilha e no fundo, presença picante de especiarias. Álcool presente, sem exagero.

Na boca, um vinho menos cheio do que imaginava, sempre com bastante fruta. Álcool sobressaindo um pouco, fica no limite. Taninos bem presentes e vivos, mas já mais arredondados pelo tempo. Agradável.

Tomando esse vinho, pensei um pouco na característica do tanino de Malbec. Na minha opinião, consigo descrevê-lo como sendo "pontual", pois não envolve toda a boca, deixando aquela sensação "enrugada" por todo lado. É uma sensação picante em diversos pontos da língua. Na minha opinião...

Voltando ao vinho, tem madeira óbvia, alterando o sabor mas dentro do razoável. Final quente, de álcool, um pouco amargo.

Achei um vinho agradável, relativamente leve, se comparado com outros primos diretos, porém muito menos fresco do que permitiria a uva. Melhor de bouquet que na boca, apesar de ser correto. Bem feito mas sem surpresas, bom para acompanhar comida e certamente melhor do que o Benjamin, o "entrada de linha" da vinícola. Vale pagar mais por este.

Acho que vale os R$25,90.

O que mais gostei - do bouquet frutado e aberto.

1 de set. de 2008

Alamos Sauvignon Blanc 2007


Comprei esse vinho no site da Mistral e paguei uns R$25 por ele. A foto, eu roubei do site, mesmo... Abrimos na semana passada e ele acompanhou alguns jantares levinhos que fizemos ao longo da semana.

No copo, é um vinho amarelo claro e meio pálido com reflexos levemente esverdeados. Ao abrir, apresentou pequenas bolhas se formando no fundo do copo, que desapareceram depois de um tempinho.

Vinho bom de bouquet, bem franco, fresco e agradável. De início, lembra fruta cítrica madura tipo grape fruit (ou toranja, pra quem faz questão...). Também tem um quê mais adocicado desde o início. Foi evoluindo para um aroma mais maduro, talvez de pêra ou até fruta do conde, pelo toque doce. Bem no fundo, algo de chá branco ou talvez camomila, deixando o bouquet fresco porém mais "calmo".

Na boca, bom ataque inicial com pequena sensação frisante. Acidez moderada e de sabor agradável, lembrando limão amarelo. Poderia até ter mais acidez. Final levemente picante, sempre lembrando a fruta do bouquet e aquele chá, que eu inventei não sei de onde(...).

Vinho de sabor agradável, boa presença na boca mas não muito marcante. Acompanha bem pratos mais leves, saladas com queijos brancos mais azedos e, provavelmente, iria bem com Sushi.

Vale os R$25, tranquilamente.

O que mais gostei - do bouquet, com toque de chá branco.

17 de ago. de 2008

Bourgogne Chitry Bailly-Lapierre 2004

Esse vinho nós compramos direto do produtor! É uma cave que fica numa cidade chamada Saint-Bris-le-Vineux (a cidade tem vinho até no nome), no norte da Borgonha, próxima à cidade de Auxerre e Chablis também.

A cave de Bailly-Lapierre é um local muito bonito de se visitar pois fica em uma série de galerias escavadas na pedra calcária, onde produzem e armazenam diveras apelações da região da Borgonha.

Chitry é uma apelação recente, definida em 1993, que faz limite com a muito mais famosa Chablis. Chitry pode ser tinto e rosé, de pinot noir, ou branco, de Chardonnay, embora nesta cave só produzam o branco. Este, portanto, é um branco 100% Chardonnay.

O vinho no copo tem uma cor amarelo-ouro pálido muito bonita, com reflexos puxando para o cinza. Sem muitas pernas, porém de textura fina e uniforme.

No nariz, aroma inicial de pêssego branco muito agradável, acompanhado de um toque de tempero mais quente, como talvez cerefolio ou estragão. Também presente um aroma delicado de flor branca e um fundo mineral, bem típico.

Na boca, uma surpresa boa. Um vinho com bom corpo e acidez marcante, muito viva mesmo com 4 anos de garrafa. Os aromas de pêssego e o toque mineral se tornam evidentes na boca, que também revela um fundo de fruta cítrica como limão, do amarelo. Sempre me surpreende a diferença dos Chardonnay da Borgonha com os do novo mundo, que muitas vezes tendem a ser vinhos pesados, com muita madeira e fruta madura demais. Aqui, a história é outra.

O vinho é maturado "sur lies fine", ou seja, deixando-se no tanque os resíduos da primeira fermentação. Isso agrega corpo e ontuosidade ao vinho, o que deu pra detectar claramente. Depois desses anos de garrafa, o vinho já começou a adquirir uma certa textura amanteigada, sem perder nada da vivacidade.

Uma delícia de vinho para acompanhar frutos do mar, crustáceos e qualquer outro prato que peça uma boa acidez. No dia em que abrimos a garrafa, ele acompanhou uma linda salada de rúcula, camembert derretido com mel e salmão defumado. Delicía!

Vale a pena provar. Tem todo o jeito de um Chablis, mas com preço bem mais acessível (mas é difícl achar por aqui...).

O que mais gostei - do bouquet, sem dúvida, e da acidez na boca.

Minha nota: 5/5

11 de ago. de 2008

Pizzato Concentus 2002

Acabei comprando este vinho atrasado, mas antes tarde do que nunca, não é?


Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs, escolhido pelo Diário de Baco. Outros blogs comentando este mesmo vinho podem ser acessados através dos links ao lado, em "eu leio".

Comprei este vinho na Biesky de Moema, pois não foi muito fácil de encontrar. Paguei R$42,00, acho caro. O vinho escolhido pelo Diário de Baco era o da safra 2004, mas só encontrei o 2002. Resolví provar do mesmo jeito, meio que com o pé atrás.

No copo, um vinho de cor intensa púrpura escura já com reflexos cor de tijolo bem aparentes, acusando a idade. Pouca pernas e bem irregulares.

No nariz, pouquissimo frescor e pouca fruta também. Na verdade, os aromas estavam apagados, sobressaindo somente um pouco de madeira, puxando para tabaco, e um aroma geral de folhas secas molhadas (hã?). Deixando respirar muito veio um toque de ameixa escura, mas estilo compota, não de fruta fresca.

Na boca, somente um pouco de taninos já suaves, quase nada de acidez e pouco corpo. Um vinho que obviamente passou de seu tempo. Não sei se mas jovem teria sido tudo isso, sei que não aguentou esses 6 anos.

Não vale a pena, já passou do tempo.

O que mais gostei - gostei de ver os reflexos cor de tijolo, mas só como curiosidade...

Minha nota: 2/5 (é difícil julgar o que o vinho já foi... estou julgando pelo que provei agora)

15 de jul. de 2008

Santa Helena Vernus Cabernet Sauvignon 2004

Esse era pra ser o vinho do mês da confraria, mas acabou não sendo. Como já havia comprado, combinei com o Vinho para Todos e o Colheita de Vinhos de comentá-lo hoje. Não sei se os outros enoblogs também vão comentar, vamos ver.

Comprei esse pela Internet e paguei R$42,00. Meio caro...

Quando chegou, já fiquei bem impressionado pela garrafa, o rótulo é muito bonito. Tanto que empolguei na foto aí do lado: fiz uma frescurinha nela, até que achei legal :)

No copo, tinto intenso e escuro, cor rubi muito profunda com reflexos cor de cereja. Pernas lentas e longas tingindo as paredes do copo. Anotei que o vinho tinha cor de cerejas pretas, não de violeta. Importante...

Bouquet aberto e de aromas frutados, como cereja e muito vegetal. Pimentão confit e presença de madeira. Álcool controlado e fundo de especiarias com pimenta do reino. Agitando, veio mais aroma vegetal, bem típico da cabernet. A madeira foi se revelando muito elegante, com toque de tabaco mas nunca maquiando a fruta. Belo bouquet, franco e com certa complexidade.

Na boca, um vinho muito redondo. Fruta predominando com boa intensidade. Acidez viva mas já começando a declinar, não aguenta mais muito tempo na garrafa. Afinal, o moço já tem seus 4 aninhos.

Os taninos também muito agradáveis e marcantes, típicos de cabernet. Final médio para longo, marcado por madeira. Álcool presente, no limíte de incomodar (tem 14,5 GL, é bastante), mas não incomoda. Depois de tomar, deixou resíduos no copo.

É um vinho de grande adstringência, corpo estruturado e muito agradável. A fruta deixa-o muito fácil de tomar, mas sem roubar seu quê de complexidade e elegância. Assim como o Santa Helena Siglo de Oro, tem boa acidez, o que o torna muito versátil e jovial. Gostei muito e está prontíssimo para beber!

É carinho, mas até vale os R$42.

O que mais gostei - do bouquet muito típico da uva e da acidez frutada na boca. Um vinho alegre, se é que isso faz sentido para alguém(...).

Minha nota: 5/5

13 de jul. de 2008

5 Pinot Noirs

No mês passado, minha esposa e eu fizemos uma aula sobre Pinot Noir na Escola da Alexandra Corvo, em São Paulo. Além de aprendermos muito sobre a uva, seu cultivo, principais regiões e características, fizemos uma degustação cega de 5 vinhos diferentes feitos com Pinot Noir exclusivamente. Foi muito legal!

Provamos os seguintes vinhos:
- Dukesfield Pinot Noir
- Salton Volpi Pinot Noir
- Bourgogne AOC Domaine Antonin Guyon
- Bourgogne Hautes Côtes de Nuits Domaine Antonin Guyon
- Bourgogne Savigny-les-Beaune Domaine Antonin Guyon

Acho que não é o caso de falar de cada um dos vinhos, mas tem algumas coisas que achei muito legais sobre essa degustação, que queria comentar aqui:

- Provar diversos vinhos da mesma uva, de diversas origens e qualidades, foi excelente para identificar a tipicidade da uva, como ela se expressa em cada caso e criar parâmetros. É muito didático;

- Não sei vocês, mas eu estava acostumado a degustar vinhos de um jeito rígido, etapa por etapa, etc. Nesta aula, fomos e voltamos para cada vinho diversas vezes, sem compromisso. A cada volta ao mesmo copo, algo novo aparecia que enriquecia a percepção sobre o vinho. Ou seja, aprendi a desencanar um pouco das regrinhas, a usá-las mais como "guidelines";)

- Sobre a uva: Pinot Noir é mesmo o máximo, que uva complexa, versátil, saborosa... Alguns dos vinhos que tomamos - principalmente o Savigny-les-Beaune - tinham uma presença de taninos, de acidez e aromas impressionates;

- Também aprendi que o tanino da Pinot Noir é bem típico dela, é provar para reconhecer. E tenho visto alguns vinhos que não conseguem reproduzir o tanino da uva e tentam remendar com madeira (que feiura...);

- E o Salton não fez feio, não! Todos perceberam um quê adocicado, certa falta de frescor se comparado aos outros, mas entre primos tão distintos, o nosso brazuca se saiu muito bem;

Mas é isso aí, bebam pinot!

11 de jul. de 2008

Fortaleza do Seival Pinot Noir 2007

Estou tomando este vinho enquanto escrevo. Sexta-feira, sozinho em casa, esperando a pizza... Paguei R$24 por esta garrafa. Como estou numa onda de Pinot Noir, resolvi provar esse.

Talvez eu esteja ficando chato, mas não gostei muito, não. Não é um vinho ruim, dá pra tomar tranquilamente e, para o preço dele, até que é bem honesto.

Eu digo que estou ficando chato porque senti falta do brilho e da vivacidade da uva neste vinho. Achei que tem madeira demais, nada de elegância. Tem cheiro de marcenaria :)

Vamos lá: no copo, tem cor púrpura escura com reflexos cor de cereja e não muita formação de pernas. Nariz inicial mostra álcool e madeira rústica. Agitando vem ameixa, um toque vegetal, sempre sublinhados pela madeira.

Na boca, corpo leve, acidez moderada e taninos suaves. Leve amargor que não chega a incomodar, mas também não ajuda em nada. Fruta média e, de novo, sabor de madeira.

Acho que vai acompanhar bem a pizza, que ainda não chegou. Mas fica nisso.

Sendo Pinot Noir, que sempre custa meio caro, até vale os R$24.

O que mais gostei - não me empolgou muito...

3 de jul. de 2008

Vinho do mês da Confraria Brasileira de Enoblogs

Este mês, não vou comentar o vinho da Confraria, o Trivento Pinot Noir escolhido pelo Vinho para Todos, por dois motivos:

1. Havíamos selecionado outro vinho inicialmente, mas por questões de preço, trocamos no meio do caminho. Eu já havia comprado o primeiro vinho, o Santa Helena Vernus Cabernet Sauvignon. Vou comentá-lo no dia 15 de Julho, aguardem!

2. Recentemente comentei um Trivento Pinot Noir, só que de uma linha diferente, o Trivento Tribu Pinot Noir. Veja aqui minhas notas sobre este vinho;

Vendo alguns dos comentários dos colegas, até deu vontade de experimentar (ainda mais eu, que adoro Pinot...). Vamos ver.

Até!

28 de jun. de 2008

Casillero del Diablo Pinot Noir 2007

Comprei no Pão de Açucar, em promoção, por R$27. Achei o preço ótimo e queria muito provar o Pinot Casillero, visto que outros varietais dessa marca são muito bem feitos.


O Senhor Melchor que me desculpe, mas esse vinho...

No copo tem um cor de intensidade boa, levando para o lado de framboesa, bem vivo e brilhante. Reflexos cor de cereja e pernas longas e muito lentas, indicando a presença grande de álcool.

O primeiro aroma estava dominado pelo álcool, mesmo tendo respirado un 30 minutos. Agitando, surgiu um pouco de cereja preta mas principalmente musgo e folhas molhadas, não muito alegre. Veio também madeira, lembrando canela.

Na boca, decepcionante. Acidez pálida, um leve toque amargo e pouca concentração. Muito ontuoso, de novo mostrando o excesso de álcool. Um pouco de sabor de morango, mas deixa a desejar na fruta. O tanino muito fraco, só aparecendo mesmo no fundo da garganta, junto do calor do álcool. Final amargo e curto.

Infelizmente, não ví quase nada de interesse nesse vinho. Não chega a ser ruim de tomar, mas depõe contra a Pinot Noir. A meu ver, deram uma boa errada com a uva: muito açucar e nada de acidez levaram a este resultado.

Não vale os R$27.

O que mais gostei - da cor, ainda no copo.

2000 visitas...

Esses dias, meu blog passou de 2000 visitas. Eu fiquei contente, não é muito mas eu nunca tinha feito um blog que tivesse mais de algumas dezenas de visitas... :)

Grande parte dos visitantes vêm dos blogs parceiros da Confraria Brasileira de Enoblogs. O Vinho para Todos, o Le Vin au Blog, o Colheita de Vinhos entre outros, todos com seus conteúdos excelentes, comentários honestos e escolhas afiadas na hora de degustar. Obrigado, amigos!

Também é legal ver que as pessoas que chegam direto buscam por vinhos que estão por aí, que são acessíveis, que se compram nos supermercados. Parece que as pessoas têm se interessado cada vez mais em tomar vinho no dia a dia, em trazer a bebida para o cotidiano. Acho isso excelente!

Obrigado a todos pelas visitas!

8 de jun. de 2008

Château de Sabazan Côtes de Saint-Mont 2003

Esse vinho eu trouxe na mudança, lembro que ele sobrou da festa de despedida que fizemos antes de voltar. Alguém nos deu de presente.


É um vinho que nunca se encontra por aqui. No geral, poucos vinhos do sudoeste da França são trazidos para o Brazil (se compararmos com regiões como Bordeaux ou Rhône), ainda mais de uma região secundária como essa. Os vinhos do sudoeste são muito tânicos, pouco amigáveis ao nosso paladar. Mas valem a experiência, recomendo o Cahors para quem não conhece.

Côtes de Saint-Mont é, na verdade, um VDQS (vin délimité de qualité supérieure). É uma indicação geográfica típica da França, teóricamente de qualidade inferior à AOC (appelation d'orignine contrôlée). Como AOC se tornou padrão do mercado, VDQS e outras indicação estão entrando em extinção, pois muitos produtores têm buscado o título de AOC para suas regiões.

O que acontece é que regiões de menor expressão nunca foram delimitadas como AOC, mas não significa que produzem vinhos de pior qualidade. É o caso deste Côtes de Saint-Mont, um vinho cheio de personalidade e de características muito específicas.

O Château de Sabazan, produzido na vila de Sabazan, é um corte de 70% Tannat, 10% Pinenc, 15% Cabernet-Sauvignon, 5% Cabernet-Franc. São uvas muito tânicas que se mostram com toda a força no vinho.

No copo tem cor rubi de intensidade média. Lágrimas longas, abundantes e muito lentas. Reflexos um pouco alaranjados.

Nariz bem complexo, madeira, especiarias como canela e ervas como tomilho e louro. Toque vegetal, talvez do Cabernet Sauvignon. Bouquet de intensidade média e pouca fruta, só um toque de amoras e cereja preta.

Na boca o vinho tem muita força, apesar do corpo médio. Taninos muito marcantes (aha!), não chegam a ser agressivos. Boa acidez e álcool presente com retro-olfação novamente de especiarias. O vinho é mais quente no nariz do que na boca, onde tem um final bem fresco, lembrando frutas vermelhas. Limpa a boca e tem persistência longa.

É um tipo de vinho muito diferente e específico. Acompanha carnes vermelhas, pratos muito condimentados ou queijos fortes. Não é muito fácil de tomar. Mostra como é rica a diversidade do vinho francês. É o que mais respeito na França e é o que me faz lembrar da importância de constantemente desafiar nosso paladar. É assim que se aprende!

Latitud 33 Malbec 2006

Esse é o segundo Latitud 33 que comento aqui, o primeiro era um Cabernet Sauvignon que eu não tinha gostado muito.


Comprei esse no Pão de Açucar por módicos R$19,90. É mais ou menos sempre esse o preço desse vinho.

Achei esse Malbec bem melhor do que o Cabernet, sendo uma boa opção nessa faixa de preço.

No copo, um vinho de cor violeta intensa com reflexos púrpura. Muitas lágrimas já acusando o teor alcoólico relativamente alto, o que é recorrente no Latitud 33.

Nariz franco e fiél à uva, muita presença de frutas escuras, especiaria picante, toque de madeira e novamente o álcool aparecendo, mas sem incomodar muito.

Na boca tem corpo estruturado e taninos presentes e redondos. Tem boa fruta e toque adocicado que o torna mais agradável do que alguns outros Malbecs Argentinos. É um vinho bem fácil de ser tomado, simples e correto. Tem um frescor agradável que dá brilho ao conjunto. Novamente, ele peca pelo excesso de álcool, mas neste incomoda muito menos do que no Cabernet.

No geral é um vinho agradável, para ser tomado só ou acompanhando a refeição. Escolha certa para servir aos amigos, num preço mais do que acessível.

Vale os R$19,90.

O que mais gostei - do toque adocicado na boca.

4 de jun. de 2008

Porto Comenda White

Finalmente, com alguns dias de atraso...

Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs, escolhido pelo Gourmandise, que entrou pra turma este mês. Outros blogs comentando este mesmo vinho podem ser acessados através dos links ao lado, em "eu leio".

É o primeiro Porto que comento aqui e confesso que tenho pouca experiência com este vinho. Sempre tomei vinho do Porto somente como aperitivo, sem dar muita atenção. Mas gostei muito do desafio.

Comprei essa garrafa no Pão de Açucar por R$35, um preço bem razoável.

No copo, é um vinho lindo. Amarelo dourado, cor de palha, com lágrimas que teimam em não correr. Textura lisa, quase aveludada. Parece bobagem, mas o movimento do vinho no copo é diferente, mais suave. Reflexos pálidos. Degustei entre 11 e 12 graus.

O primeiro aroma, muito marcante, é alcoólico, porém perfumado. Manipulando um pouco vem fruta madura, uva, pêssego em calda e flôr branca de aroma adocicado, como dama da noite (mas sem enjoar). É um bouquet franco e simples.

Na boca, o primeiro ataque alcoólico é forte, bem mais do que esperava, mas não chega a agredir pois logo a untuosidade do vinho ocupa toda a língua agradávelmente. Continua ardendo no lado da língua e nas gengivas. Depois do primeiro gole voltei a sentir os aromas do vinho no fundo da boca. Sem acidez.

Gostei bastante da experiência, é um ótimo aperitivo. Chegou a me lembrar uma boa cachaça suave. O Gourmandise fala de uma harmonização interessante, vale a pena ler. Inclusive, vale a pena ler todos os outros comentários, cada um mais rico que o outro. O pessoal está afiado!

Vale os R$35, até por que dura muito.

O que mais gostei - da potência alcoólica

27 de mai. de 2008

Passo Doble Malbec-Corvina 2005

Ouvi falar pela primeira vez deste vinho no rádio, na coluna da Alexandra Corvo. Ela contou como o vinho é feito, passando por dupla fermentação e uvas Corvina, casta originária do Venetto, secas ao sol. Pareceu bem interessante... Depois fui ver que o vinho está sendo bem comentado por aí, e muito apreciado. Merecidamente!


Comprei na Mistral por R$35, um preço muito bom. Uma das melhores garrafas que tomei nos últimos tempos por este preço (e mais caros). Muito diferente dos vinhos que costumo tomar por, ele realmente é um vinho de "personalidade" única.

Já no copo é um vinho bonito, cor grená límpido e brilhante, tendendo para um tom de tijolo. Textura bonita, formação de pernas longas, finas e bem uniformes. Reflexos vivos cor groselha.

O aroma é muito agradável, rico e muito vivo. Frutas maduras mas, diferente dos Malbecs Argentinos, lembra frutas vermelhas mais doces como morango, groselha ou framboesa. Toque leve de madeira, um pouco de frescor e um fundo mais evoluido, lembrando compota e chocolate.

Na boca, é muito equilibrado com corpo estruturado e aveludado. O ataque é elegante e logo preenche a boca com um sabor adocicado mas não doce(...). Acidez presente, muito redonda e saborosa, lembrando as frutas vermelhas. Taninos redondinhos, muito bem integrados ao todo. Retrogosto mais intenso e marcante, mas sempre nesse registro elegante. Ótima persistência.

É um ótimo vinho, vale a pena ser descoberto. Agradou a todos e vai bem só ou acompanhado. Realmente diferente dos Argentinos que conheço.

Vale muito os R$35 e já estou comprando mais!

O que mais gostei - dele na boca, com sua acidez única e elegante.

26 de mai. de 2008

Quara Syrah 2004

Comprei esse vinho pelo Pão de Açucar on-line. Queria provar uns rótulos um pouco mais baratos e que normalmente não encontro no supermercado. Esse custou R$21 e eles não cobram frete.

Infelizmente, achei o vinho muito fraquinho... Meio ruim, mesmo.

No copo, tem uma cor bonita e bem viva, púrpura com relfexos cor de rubi, mas poucas pernas e muito irregulares. Textura bem leve.
O nariz era simples com frutas vermelhas, como cereja, e um toque floral. Um fundo mais adocicado agregou um pouco ao bouquet, que se mostrou fraco.

Na boca, precebe-se o corpo insuficiente já indicado no copo, com uma certa presença inical adocicada. Esse açucar é rapidamente substituido por uma acidez forte e, na minha opinião, rude e desequilibrada.

Costumo gostar de acidez nos vinhos, mas por incrível que pareça, o gosto deste vinho me lebrou muito suco de maracujá (que não é um aroma que acho interessante para um vinho tinto...). Enfim, por conta dessa acidez meio doce é que nem consegui me interessar pelo resto to vinho.

Pode ser que seja uma característica da uva Syrah, que tem mesmo muita acidez, porém neste vinho achei que o resultado foi muito esquisito e nada agradável.

O que mais gostei - ...

Não vale R$21 e não vou comprar de novo, não esse varietal.

Minha nota: 1/5

14 de mai. de 2008

Santa Rita 120 Cabernet Sauvignon 2005

Este vinho está se tornando bem manjando pelos supermercados aqui de São Paulo, inclusive ficando meio carinho. Paguei uns R$28 por essa garrafa, mas costuma custar um pouco mais de R$30.


Já tomei umas 3 garrafas deste vinho e sempre acho muito bom. Estou considerando este como uma escolha certeira nesta faixa de preço, de ótima qualidade e que agrada sempre a todos.

No copo, é um tinto bem profundo, cor purpura já um pouco cor de terra, com reflexos bem escuros cor de cereja. Tem muitas pernas densas, finas e longas com bastante viscosidade.

O bouquet é rico e frutado, com fruta intensa madura e escura como ameixas, cereja preta e até groselha. Tem uma presença marcante de pimentão, terra e madeira.

Ainda no olfato, o vinho evolui para alguns aromas secundários de baunilha, caramelo e couro. Acho que o couro é bem característico deste vinho, pelo menos depois de uns aninhos de garrafa

Na boca, preenche rapidamente toda a língua com corpo muito estruturado. Acidez presente e bem equilibrada com o açucar e taninos bem marcantes mas redondos. Retro-olfação com muita madeira e a acidez da ameixa preta (da casca da ameixa, sabe?).

O final é longo e apresenta especiarias, nozes, tostado. É um vinho rico em aromas e bastante encorpado, bem ao estilo Chileno. Vai super bem com pratos mais temperados, mas também é agradável de ser tomado só.

Vale os R$28.

O que mais gostei - do bouquet, intenso e muito rico.


1 de mai. de 2008

Santa Helena Siglo de Oro Cabernet Sauvignon 2006

Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs, escolhido pelo Colheita de Vinhos. Outros blogs comentando este mesmo vinho podem ser acessados através dos links ao lado, em "eu leio".

Comprei este pelo site do Pão de Açucar, paguei R$32,00 e não teve frete. Legal!

Fazia bastante tempo que não tomava um Santa Helena. Era um vinho que costumava tomar sempre há alguns anos, aí comecei a me interessar por outros e nunca voltei para ver como estava indo. Este é o "Siglo de Oro", que é uma linha mais premium da vinícola Chilena.

No copo, um bonito tinto muito escuro, límpido, com reflexos cor de rubi. Cor bem intensa, bem de Cabernet Sauvignon. Formação de lágrimas finas e longas, razoavelmente ligeiras.

O bouquet é muito agradável, de frutas maduras escuras, presença vegetal como pimentão verde, pimenta do reino e anis. Um fundinho mais adocicado, como vanila. Bouquet franco, de boa intensidade e bem fiél à uva.

Na boca, primeiro ataque de intensidade média e corpo bem estruturado. Envolve a língua e logo a acidez se destaca no todo. Bem equilibrado, apresenta álcool é açucar corretos e taninos presentes mas muito bem trabalhados e redondos. Me parece ser o tanino da própria uva, não senti muita madeira no vinho.

Retro-olfação intensa de especiarias, um toque de anis e vegetal. Final longo e marcado pela acidez, tornando-o bem fresco para um cabernet e muito agradável. Leve amargor.

No geral, achei um vinho super hamonioso e elegante, porém marcante o suficiente para não sofrer diante de um prato um pouco mais condimentado. Mais elegante do que muitos outros cabernets chilenos que já provei, que pecam pelo excesso. Não é o caso deste.

Acho R$32 um pouquinho caro, mas é um bom vinho. Valeu a pena.

O que mais gostei - dele na boca, equilibrado, fresco e super agradável.

27 de abr. de 2008

Trivento Tribu Pinot Noir 2006

O terceiro Trivento que comento no meu blog. Os outros foram um Trivento Reserve Shiraz Malbec 2005 e o outro um Trivento Shiraz Malbec, sobre o qual fiz apenas um breve comentário.


Comprei esta garrafa justamente quando fui atrás do Reserve, que foi vinho do mês da confraria. Paguei uns R$23, preço que achei bem bom. Adoro Pinot Noir, então resolví testar.

No copo, é um vinho de cor bonita, bastante intensa para um Pinot. Tinto médio para escuro com reflexos cor de cereja. Nenhuma perna, indicando pouco corpo.

O bouquet demorou um pouco para se abrir, incialmente estava quase que só na madeira e pouca fruta. Aos poucos foi revelando um pouco mais de fruta, aromas vegetais e sempre muita madeira.

Na boca, o esperado: pouco corpo e muita madeira. A acidez estava presente, mas não daquele jeito bem fresco e gostoso. Álcool correto, fundo bem marcado pela madeira e algo de frutas vermelhas maduras.

No geral, achei um vinho muito simples, faltando acidez, açucar e corpo. O conjunto meio fraco ficou excessivamente maquiado pela madeira. Não chegou a desagradar, é um vinho simples e fácil de tomar, mas não se destaca.

Não vale os R$ 23, pois acho que existem melhores opções na mesma faixa de preço, como o Alamos.

O que mais gostei - xiii...

31 de mar. de 2008

Cisplatino Tannat & Merlot 2005

Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs, escolhido pelo Le Vin au Blog. Outros blogs comentando este mesmo vinho podem ser acessados através dos links ao lado, em "eu leio".

Comprei essa garrafa na Mistral, junto com algumas outras que estou ansioso para provar. Custou R$20 e uns quebrados, um preço muito atraente. É o primeiro Uruguaio do meu blog.

Na abertura da garrafa, já deu para sentir que o vinho esbanjaria taninos, pelo aroma na rolha, que é sintética por sinal. Nada contra. No copo, um tinto cor entre rubi e grená muito escuro, com reflexos bem vivos cor de cereja puxando para tijolo. Muitas pernas se formando nas paredes do copo, escorrendo lentamente e tingindo o cristal.

O bouquet tem uma característica principal que eu chamaria de fresco, ou seja, bem seco com certa acidez. É também bastante frutado , lembrando frutas escuras e secas, além de ter um toque picante no nariz. Achei o bouquet razoavelmente simples.

Na boca, o primeiro ataque já mostra a estrutura muito tânica da Tannat, que resseca a língua. Aos poucos, surgem os aromas primários do bouquet, de frutas escuras, no fundo da garganta. Boa acidez, corpo médio e madeira presente, com um pouco de baunilha arredondando o todo. Final médio.

No geral, achei um vinho muito duro, não muito fácil de beber. Deve acompanhar melhor massas ou queijos; no meu caso, com risoto de alcachofras, ficou mais ou menos. Resumindo, não é muito meu estilo.

Não fiquei muito fã, já tive melhores experiências por R$20.

O que mais gostei - parece sacanagem mas não é, o que mais gostei de " la robe", a cor. É bonito mesmo.

30 de mar. de 2008

Terrazas de los Andes Malbec 2006

Comprei este vinho no Extra, se eu me lembro bem estava em uma promoção por uns R$28 e poucos. Esta vinícola também é da Chandon, assim como o Latitud 33. A idéia deles aqui é cultivar cada uva na sua altura "ideal", para deixá-la expressar o máximo de suas características. Vai saber... O fato é que esta vinícola tem uma parceria com o lendário Chateau Cheval Blanc, de Saint Emilion, o que deve querer dizer alguma coisa.

No copo, é um vinho tinto muito profundo, cor púrpura com reflexos cor de framboesa. Bastante viscosidade, formando muitas pernas bem espessas e manchando o copo de violeta.

O bouquet é uma explosão de frutas maduras escuras, bem escuras, com bastante madeira, toques picantes de especiaria, cravo, baunilha e um fundo floral de violeta. Muito intenso mesmo, impressionante. Continuou plenamente vivo dois dias depois de aberto, evoluindo para aromas mais adocidados de compota de frutas, ainda muito agradáveis.

Na boca, é um vinho poderosíssimo, com um ataque muito picante e tânico, porém não chega a ser agressivo ou muito bruto. Concentração excepcional e muito estruturado, textura rica que recobre a língua. Álcool correto, dá para sentir mas não incomoda. A acidez fica um pouco escondida por causa dos taninos.

Retro olfação predominantemente picante, com madeira, ameixas e um fundo mais adocicado, lembrando a compota que surgiu no bouquet. Fim de boca agradável e de muita persistência.

No geral, achei um ótimo Malbec bem típico, impossível de passar despercebido. Pode ser um pouco forte demais para os de paladar mais delicado, mais indicado para quem curte um bom tinto encorpado. Acho que pode envelhecer um pouco, mas falta acidez para garantir que sobreviverá muitos anos.

Vale R$28, acho que vale até um pouco mais.

O que mais gostei - do bouquet, impressionantemente concentrado.

27 de mar. de 2008

Diego de Almagro Valdepeñas

Este é o segundo vinho que ganhei de Natal do meu Pai. O primeiro comentei aqui.

É um vinho espanhol de uma região chamada Valdepeñas, 100% tempranillo. No copo tem cor vermelho rubi escuro com reflexos um pouco alaranjados, cor de tijolo. Bem límpido com poucas pernas bem transparentes e espaçadas. Pouca viscosidade, um cor bonita.

Acatando a ótima sugestão do amigo do Vinho para Todos, fiz uma foto do vinho no copo sobre fundo branco. Tentei neutralizar ao máximo as cores, acho que está representando bem o que o vinho é.

(dá até pra ver o reflexo alaranjado no fundo do copo, não dá?)

Assim que abri a garrafa, senti na rolha um aroma tostado de café. O aroma se confirmou inicialmente no copo, mas depois evoluiu para um bouquet frutado maduro, de frutas muito escuras, com um fundo adocicado. Leve toque de pimenta do reino, madeira, com o tostado ainda presente. Bem no fundo, um aroma vegetal fresco, meio pimentão vermelho.

Na boca o primeiro ataque foi muito macio com boa acidez e toque picante no céu da boca, lembrando o aroma de pimenta. Retro olfação revelou um aroma gostoso de anis muito claro. O vegetal também estava bem presente.

Fiquei contente ao voltar para meus comentários sobre o outro tempranillo que provei - este aqui - e ver que lá também encontrei Anis, frutas escuras, coisas parecidas. Gostei.

Voltando, de resto o vinho tinha poucos taninos, pouco até demais, e corpo médio. Marca mais pela acidez e estrutura picante e vegetal na boca.

No geral é um vinho agradável com sabor fácil de agradar e combinar com diversos pratos do cotidiano. No nosso caso, acompanhou muito bem Pizza de queijos. Para servir fresco.

Ví que estão trazendo uma versão "Crianza"deste mesmo vinho, acho que vou provar. Vinhos Crianza passam ao menos 1 ano em barris de carvalho, então ele deve ganhar mais corpo e taninos, o que deve contribuir.

Não sei bem quanto custou... Mas adorei o presente!

O que mais gostei - dos aromas de café e anis.

Minha nota: 3.5/5

14 de mar. de 2008

Emoção! Krug Brut Grande Cuvée

Muita calma... Muuuuita calma...
Ok, aqui está:
A história é a seguinte: há um mês fui viajar para Amsterdam (trabalho) e passei por Glasgow para visitar minha mãe. Uma feliz coincidência permitiu que eu fosse visitá-la justamente no dia do seu aniversário. Assim, comemoramos com bolinho e... "champagninho". Minha mãe tinha ganhado uma garrafa de Krug, ai tomamos essa maravilha para celebrar!

É certamente um dos vinhos mais célebres que já tomei. Certamente um dos melhores, também. Uma experiência fantástica!

Um bouquet extraordinariamente rico, muito frutado, muita madeira, especiarias, toque picante, fundo adocicado de compota. Na boca, um ataque potente, sedoso e fresco. Muita persistência. A cor, se bem me lembro, amarelo vivo, bolhas muito finas e retas.

Não vou ficar aqui tentando escrever notas muito detalhadas, até porque não fiz uma degustação cuidadosa. E até porque, o vinho está além da minha capacidade de apreciá-lo.

Eu queria mesmo era registrar a emoção - porque foi uma emoção! - de provar esse Champagne.

Fui fuçar nos meu livrinhos, ver o que dizem. Primeira coisa que é preciso saber é que Krug, hoje em dia, pertence à LVMH, o que de maneira alguma interfere no que ele é. Pode ser que reduza um pouco o romantismo, ok...

Krug vinifica as uvas em toneis de carvalho, o que não é muito comum e dá ao vinho toda sua nota de madeira, seu corpo e seus taninos.

Ele é produzido com algo em torno de 20 a 50 Crus, quase todos a 100%, ou Grand Crus. E fica maturando por, no mínimo, 6 anos antes do dégorgement, que é quando a garrafa é aberta para se expelir a levedura e preparada para venda. A lei Francesa exige que o champagne fique maturando por, no mínimo, 8 meses, se me lembro bem. Champagnes como Moët ficam uns 12 a 18 meses. Ou seja, 6 anos é bastante.

Fato importante! Champagne não deve ser guardado por muito tempo. Ele pode ficar envelhecendo nas caves do produtor, antes do dégorgement. Depois de dégorgé, aí deve ser tomado logo. Ou seja, tratem de beber logo aqueles que vocês estavam guardando para a visita do papa!

Eu acho muito legal o universo do Champagne... Recomendo a todo mundo uma viagem por lá. Cada vila, chamada de Cru, fica completamente rodeada de vinhedos. Tem uva plantada até no jardim das casas, para não desperdiçar espaço.

As caves de alguns produtores ficam em túneis escavados por monges beneditinos, até pelos romanos! Fico imaginando uma garrafa, como essa Krug que tomei, esperando 6 anos nas caves para ficar pronta.

Enfim, é demais.

Agora é só esperar pela próxima. Quem sabe uma S de Salon... ;)

Minha nota? oras... 5/5

1 de mar. de 2008

Alamos Pinot Noir 2007

Este é o vinho do mês da Confraria Brasileira dos Enoblogs. Outros blogs comentando este mesmo vinho podem ser acessados através dos links ao lado.


Este vinho foi escolha minha, para ser o vinho do mês da confraria. Eu gosto muito de Pinot Noir, então procurei uma garrafa que tivesse um preço acessível no mercado brasileiro. Paguei R$26,37 no site da Mistral, mais o frete.

Como disse, adoro Pinot Noir, mas ao mesmo tempo acho que esta é a uva mais propensa a causar graaandes decepções. Mas resolvi arriscar.

Estou contente de dizer que este não me decepcionou.

No copo é um vinho claro, tinto cor grená com reflexos vermelhos muito vivos. Longas pernas e muito finas, correndo rapidamente pelo copo. Um vinho muito bonito.

O bouquet estava, inicialmente, um pouco carregado com aromas vínicos, que logo foram embora, deixando aroma de madeira, frutas vermelhas e um floral muito agradável. Também detectei um pouco de terra ou algo assim, mas no geral o vinho tem um bouquet que me agradou, muito delicado e aberto.

Na boca, a acidez toma conta desde o primeiro contato com a língua, porém não chega a ser agressiva. Na verdade, aos poucos ela vai dando lugar a um sabor levemente adocicado e à textura sedosa e agradável. Tem pouco corpo, como era de se esperar. Os taninos são muito suaves, a retro olfação revela toques de algo como especiarias, cravo, sei lá.

O final é agradável e suavemente adocicado. Deixa a boca limpa e fresca, pronta para outra. Degustei a 18 graus, o que colabora muito para o todo.

Reconheço que pode não ser um vinho muito fácil de agradar, pois tem muita acidez, pouco corpo e pouca concentração. Enfim, mesmo sendo "novo mundo", é um Pinot Noir...

Eu gostei muito, achei o vinho muito bem estruturado, agradável e completo. Talvez possa se beneficiar de uns 2 anos de garrafa, pois tem acidez para isso, e pode desenvolver alguns aromas mais complexos.

Vale os R$26,37.

O que mais gostei - acho que do conjunto.

3 de fev. de 2008

San Huberto Bonarda 2006


Esse é o segundo Bonarda argentino que comento aqui, o primeiro foi um Dom Domenico que gostei muito. Esta foi uma das 3 garrafas que ganhei de Natal do meu pai. Adorei o presente! Ele comprou 3 vinhos bem diferentes entre eles, foi uma idéia legal. Este é o primeiro deles.

No copo é um tinto vivo, escuro, um pouco purpura e bem límpido, com reflexos cor de cereja. Muitas lágrimas, finas e longas, não muito lentas. Menção especial à garrafa - de testura fosca - e ao rótulo, muito bonitos.

O aroma predominante é de fruta escura - ameixa - com madeira bem presente e um fundo vegetal, que agrega um pouco de complexidade ao buquet franco e razoavelmente simples. Agradável.

Na boca, tem corpo médio e álcool um pouco excessivo, chegando a incomodar. A acidez é média e os taninos meio amargos, acredito que vindos da própria uva.

Vendo minhas anotações sobre o Dom Domenico, vejo que o álcool e a acidez acentuados são características presentes nos dois vinhos. No caso deste, fica faltando algo para equilibrar o amargo do tanino e o álcool - falta a fruta - deixando este um vinho menos palatável e meio rude.

Preciso dizer que ele evoluiu bem depois de aberto, mas não chegou a perder o amargo do tanino. Acho que acompanha bem um prato de sabor intenso; sozinho não é tão fácil de agradar.

Eu acho que custa uns R$15,00, então não está mal pelo preço.

O que mais gostei - do aroma vegetal, acho legal encontrar isso em um vinho.